O esporte também representa a cultura. Afinal, um corpo em movimento é “dança pura”. Com esse pensamento, o artista plástico Zezão Miranda, professor de educação física aposentado, criou 44 peças para a exposição Jogos Pan-Americanos, que até o próximo sábado (30) ficará em um shopping da cidade.
O artista disse que a intenção foi retratar algumas modalidades dos jogos serão realizados no Rio de Janeiro a partir de julho e chamar a atenção para a integração do esporte à cultura: “É preciso unir as modalidades esportivas ao teatro, à dança e à música”. Segundo ele, essas são atividades que despertam os sentimentos das pessoas e proporcionam alegria: “Não dá para separar uma coisa da outra”.
Outro objetivo da exposição, explicou, é divulgar modalidades de esporte não muito conhecidas no Brasil. Por isso, cada obra traz um texto que permite aos visitantes saber um pouco mais sobre o basquete, o handebol e o atletismo, por exemplo.
Para o artista, a divulgação de diversas modalidades esportivas à população é um esforço do qual as escolas também deveriam participar: “As escolas têm que mudar a mentalidade de só ensinar futebol. Alguns alunos não se adaptam a essa modalidade, mas podem se destacar em outra. O que não pode acontecer, é a criança se afastar da prática esportiva".
Ele lembrou que a atividade física é uma alternativa para impedir que crianças e adolescentes se envolvam com drogas e violência, e também um instrumento para os alunos desenvolverem valores cidadãos. “O garoto que aprende esporte, aprende sobras regras, disciplina e convivência em grupo”, citou.
Na opinião de Miranda, para ampliar essas possibilidades o governo e as empresas que patrocinam atletas deveriam se preocupar com a questão: “O patrocínio chega quando a pessoa é conhecida, quando o atleta já está em evidência”. Miranda destaca que os atletas pobres, às vezes no início da carreira, precisam de dinheiro para se manter no esporte: “É bom lembrar que 70% dos atletas brasileiros no Pan são oriundos de camadas pobres”.