Um sentimento de "afetuoso pesar" ao recordar "a fervorosa obra prestada à Santa Sé e o claro testemunho como diligente colaborador de meus venerados predecessores": esse é apenas um trecho do longo telegrama com o qual Bento XVI descreve a figura e a obra do Cardeal Angelo Felici, falecido ontem, aos 87 anos de idade.
O papa presidirá, amanhã, às exéquias pata p Cardeal Felici, no altar da Cátedra, da Basílica de São Pedro. Com o falecimento do Cardeal Felici, o Colégio Cardinalício fica agora composto por 183 purpurados, dos quais 105 eleitores e 78 não eleitores, num eventual Conclave.
Quando o jovem Angelo Felici se tornou sacerdote, não tinha ainda 23 anos e, para receber o sacramento da Ordem, foi necessária a dispensa de idade concedida pelo papa Pio XII. Quando entrou para a Secretaria de Estado tinha apenas 26 anos.
O jovem sacerdote Felici passou a fazer parte da Secção da Secretaria de Estado _ que hoje é a Secção para as Relações com os Estados _ por vontade do então Secretário de Estado, Dom Angelo Tardini. Após 19 anos de delicado trabalho, recebeu sua primeira importante missão diplomática numa das regiões mais "turbulentas" do Planeta _ o Oriente Médio. Paulo VI o enviou a Jerusalém em 1967, logo após a "Guerra dos seis dias".
Recebeu a nomeação a Arcebispo no mesmo ano _ 1967 _ junto com o cargo de pró-núncio na Holanda. Passou, depois, pelas Nunciaturas de Lisboa e Paris. Na França, o Cardeal Felici acolheu João Paulo II, por ocasião de suas três visitas pastorais.
O próprio papa Wojtyla o criou cardeal, no consistório de 28 de junho de 1988, e três dias mais tarde, o nomeou como prefeito da Congregação das Causas dos Santos, encargo que manteve até junho de 1995. Seis meses mais tarde, o papa o nomeou presidente da Pontifícia Comissão "Ecclesia Dei".