Vaticano

Santa Sé denuncia violações dos direitos dos trabalhadores

O representante da Santa Sé junto das Nações Unidas em Genebra, Arcebispo Silvano Tommasi, denunciou as violações dos direitos dos trabalhadores, em especial nos países do terceiro mundo.

"Enquanto o mundo se confronta com uma globalização que aumenta a riqueza, mas é injusta na sua distribuição", os objetivos sociais não podem ser deixados de lado.A solidariedade deve orientar as políticas laborais e formativas, tanto nacionais quanto internacionais, para reduzir o crescente percentual de miséria que atinge muitas áreas do planeta.

Intervindo na 96ª sessão da Conferência Internacional do Trabalho, reafirmou o pedido da Santa Sé de "um sistema de políticas do trabalho justas e respeitosas dos direitos de cada um e que permitam destruir pela raiz as antigas e novas formas de discriminação que pesam sobre as camadas mais pobres de trabalhadores".

Para o Arcebispo Tomasi, a dimensão humana do trabalho deve ser valorizada e protegida, graças ao valor da solidariedade que permanece crucial e indispensável para um desenvolvimento integral que é o novo nome da paz.

O representante da Santa Sé salientou que no mundo são cerca de 195 milhões os homens e mulheres que não têm a possibilidade de encontrar um trabalho e mil e 400 mil pessoas são mal pagos ao ponto de não puderem superar o limiar da pobreza, de dois dólares.

"Nesse contexto – sublinhou D. Tomasi – a responsabilidade da comunidade internacional e dos governos é colocada a dura prova, tanto para criar um ambiente econômico capaz de oferecer oportunidades, quanto para favorecer a disponibilidade de um trabalho digno."

Os dados fornecidos pelo representante da Santa Sé mostram um cenário negativo. Grande parte das tensões e dos conflitos "que atormentam a nossa sociedade – observou – tem as suas raízes na falta de trabalho, em empregos carentes de dignas condições de trabalho, ou em salários desadequados às necessidades da existência, bem como em relações económicas injustas".

"Essas dificuldades compreendem-se melhor se inseridas num sistema internacional grandemente condicionado, entre outros, pelo envelhecimento da população e pelo abismo entre as profissões necessárias e por um sistema de instrução incapaz de formar as pessoas com os conhecimentos idóneos" às exigências de campos como o da economia, tecnologia e comunicação que, mais do que outros sectores profissionais, registaram mudanças decisivas.

O trabalho, a empresa e a arena global dos investimentos financeiros, do comércio e da produção, afirmou o representante vaticano, deveriam ter as suas raízes no "esforço criativo e cooperativo, baseado em normas a serviço da pessoa humana, de cada homem e mulher, e da sua igualdade de dignidade e direitos".

É a dimensão humana do trabalho que deve ser valorizada e protegida, assim como o valor da solidariedade permanece crucial e indispensável porque, concluiu o prelado, o "novo horizonte" da demanda social é, agora, a pessoa humana, protagonista "de um desenvolvimento integral que é o novo nome de paz".

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