A Eucaristia é para todas as gerações cristãs o indispensável alimento do deserto deste mundo desertificado por sistemas ideológicos e econômicos que mortificam a vida. Foi o que disse o Papa nesta tarde, 07, durante a Missa para a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Jesus.
Bento XVI presidiu a tradicional Celebração Eucarística no pátio da Basílica de São João de Latrão e seguiu em procissão até a Basílica de Santa Maria Maior.
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Jesus é o 'Pão da Vida', alimento que sustenta no caminho da humana existência e o Mistério eucarístico "é o dom que Cristo faz de si mesmo, revelando-nos o amor infinito de Deus para cada homem". A solenidade de Corpus Christi nos recorda isso, e "exatamente porque se trata de uma realidade misteriosa que ultrapassa nossa compreensão – sublinhou o Papa – não devemos nos maravilhar se também hoje muitos tem dificuldade em aceitar a presença real de Cristo na Eucaristia": "A Eucaristia torna-se 'sinal de contradição' e não pode não ser, porque um Deus que se faz carne e, sacrifica a si mesmo pela vida do mundo, coloca em crise a sabedoria dos homens".
Mas neste mundo dominado pela lógica do ter e onde encontra mais espaço a violência, a Eucaristia permanece como nutrição vital para os cristãos:
"Como o maná para o povo de Israel, assim para cada geração cristã a Eucaristia é o indispensável alimento que a sustenta enquanto atravessa o deserto deste mundo, dominado por sistemas ideológicos e econômicos que não promovem a vida, mas a mortificam; um mundo onde domina a lógica do poder e do ter ao invés do serviço e do amor; um mundo onde não raramente triunfa a cultura da violência e da morte".
Bento XVI também recordou que 'o Dom da Eucaristia', recebeu dos Apóstolos na Última Ceia, é destinado a todos, ao mundo inteiro", e é "exposto abertamente, para que cada um possa encontrar 'Jesus que passa'… para que cada um, recebendo-o, possa ser sanado e renovado pela força de seu amor".
"A Eucaristia – prosseguiu o Papa – é um chamado á santidade e ao Dom de si aos irmãos, porque 'a vocação de cada um de nós é estar, juntos com Jesus, Pão partido para a vida do mundo'". E a Adoração Eucarística, disse ainda o Santo Padre, convida a refletir "sobre o fato que Cristo se imolou pela humanidade inteira":
"A festa de Corpus Domini quer tornar perceptível, não obstante a dureza do nosso ouvido interior, este toque do Senhor. Jesus bate a porta do nosso coração e pede para entrar não somente pelo espaço de um dia, mas para sempre".
E a procissão, na Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, concluiu Bento XVI, é como imergir Jesus "em nosso cotidiano, para que Ele caminhe onde nós caminhamos, para que Ele viva onde nós vivemos".