O observador permanente da Santa Sé junto às agências da ONU, em Genebra, Suíça, Dom Silvano Maria Tomasi, fez um apelo à solidariedade da comunidade internacional, para que também os pobres do mundo possam ter acesso à assistência sanitária. O apelo do representante vaticano foi feito durante a 60ª Assembléia Mundial da Saúde, em andamento na cidade helvécia.
O prelado falou sobre a necessidade de reduzir o custo dos medicamentos e denunciou o fato de serem justamente as crianças a terem menos acesso aos tratamentos. Dom Tomasi recordou o apelo do Papa, a não esquecer a África.
"Neste momento _ disse Dom Tomasi à Rádio Vaticano _ é necessário fazer tudo que for possível para ajudar a África organizar todas as estruturas normais, para a assistência sanitária à sua população e, sobretudo, para afrontar as grandes pandemias que ainda criam problemas ingentes e enormes em todo o continente, em particular em relação à malária, à tuberculose e à AIDS."
No que dez respeito à 60ª Assembléia Mundial da Organização Mundial da Saúde (OMS), Dom Tomasi disse: "Substancialmente, foram dados passos positivos. Neste momento, existe a vontade, parte da maioria dos países que são membros da Organização Mundial da Saúde, de encontrar uma fórmula justa e equilibrada para tornar acessíveis também aos países pobres, todos os medicamentos de que precisam.
Permanece, porém, sempre uma lacuna: a diversidade de leitura do método para se chegar a alcançar o objetivo de um melhoramento da qualidade de vida e da saúde para as populações dos países desenvolvidos, bem como dos países pobres. O conceito de vida, por vezes, não é entendido de modo justo e, portanto, permanece a grande preocupação, do ponto de vista ético e, sobretudo, da nossa perspectiva cristã, de que a vida _ tanto no seu início quando no seu fim _ é condicionada por interesses imediatos e por soluções minimalistas, que não refletem, absolutamente, nem a nossa visão antropológica, nem o plano geral da vida que o Criador nos deu." (RL)