A V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe concluiu hoje, sua primeira semana de trabalhos. A partir de segunda-feira, terá início a tarefa das 15 comissões que, com a direção de um moderador e de um relator, estudarão os diversos temas da agenda.
Depois dessa primeira fase, as orientações e conclusões serão votadas e aprovadas em plenária.
O presidente da Conferência Episcopal Mexicana, Dom Carlos Aguiar Retes, bispo de Texcoco, disse, em entrevista à Rádio Vaticano, que "a primeira semana de reflexões, discussões e intercâmbio de experiências foi, por si só, uma verdadeira "unidade temática", que decidimos chamar de "tempos atuais"".
"Essa primeira semana nos deu a possibilidade de _ à luz do discurso do Santo Padre e da agenda da Conferência _ enfrentar imediatamente, as grandes questões de fundo, que não são apenas problemas da Igreja Católica, mas sim problemas que atingem toda a sociedade latino-americana" _ acrescentou o bispo.
"Tratou-se _ precisou Dom Aguiar Retes _ de ter uma visão analítica da realidade sociopolítica, cultural e religiosa, com o objetivo de descobrir os pontos nevrálgicos a serem considerados , no momento em que estamos estudando a nossa atual e futura situação eclesial."
"É um exercício que, tanto o Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM) quanto as conferências episcopais, singularmente consideradas, realizam desde sempre, periodicamente, valendo-se da contribuição de numerosos especialistas e estudiosos" _ recordou o vice-presidente do CELAM, para sublinhar que a Conferência de Aparecida constitui uma reta de chegada de uma longa e cuidadosa preparação.
Enfim, o bispo mexicano ressaltou, com ênfase, que, nestes dias, não se falou apenas de aspectos negativos, mas também daqueles positivos, que são tantos e que oferecem esperanças concretas, realistas e imediatas, em muitos âmbitos da realidade subcontinental.
Por sua vez, o presidente da Conferência Episcopal da Colômbia, Dom Luís Augusto Castro Quiroga, arcebispo de Tunja, precisou, em seu pronunciamento, que "a análise dos bispos nada tem a ver com a ótica dos estadistas ou políticos, uma vez que ela é o olhar de pastores que observam o mundo com os olhos de Cristo".
Na opinião de Dom Castro Quiroga, a pastoral na região deve dar respostas a quatro desafios prioritários: a crise na transmissão da fé nas famílias e nas escolas, a reviravolta cultural cujos mecanismos tendem a excluir a dimensão religiosa, a defesa e a integridade dos direitos humanos, estes também, freqüentemente atingidos por concessões relativistas e subjetivas e, enfim, a desigualdade social, com o seu insuportável fardo de falta de iniqüidade.