O secretário Pontifício Conselho "da Justiça e da Paz", Dom Giampaolo Crepaldi, anunciou que está para ter início a causa de beatificação do cardeal François-Xavier Nguyên Van Thuân, considerado um mártir do catolicismo no Vietnã.
Testemunha da fé, da esperança cristã, do amor à Igreja e aos pobres, o Cardeal Van Thuân ficou preso por 13 anos, nove dos quais em absoluto isolamento, nos campos de "reeducação" comunista.
Formado em Roma e consagrado bispo de Nhatrang em 1967, ele foi nomeado por Paulo VI, em 1975, arcebispo coadjutor de Saigon (atual Ho Chi Minh City). O governo comunista definiu sua designação como um complô e três meses depois ordenou sua prisão.
Após sua libertação, foi obrigado a abandonar o Vietnã. João Paulo II o acolheu em Roma, e lhe confiou cargos de grande responsabilidade na Cúria Romana.
Em março de 2000, comoveu milhões de pessoas que puderam ler fragmentos das meditações que proferiu durante seus exercícios espirituais a João Paulo II e à Cúria, momentos em que compartilhou muitas das experiências espirituais amadurecidas no cárcere.
O purpurado vietnamita as publicou depois, no livro "Testemunhas da esperança", publicado no Brasil pela editora "Cidade Nova".
O Cardeal Van Thuân foi criado cardeal em fevereiro de 2001, e faleceu em 2002, aos 74 anos. (JD)