O arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal dom Eusébio Scheid, votou por volta das 12h na Arquidiocese do Rio, na Glória. Após a votação, dom Eusébio salientou a importância do voto e disse que todo eleitor deve ter consciência do que fazer:
“Deveríamos ter consciência de civismo. A importância do voto é fundamental, mas não deveria ser obrigatório. A consciência civil deveria ser tamanha que todos fossem votar por vontade própria”, disse.
Para o cardeal, a missão da Igreja é ajudar o eleitor a se politizar e votar do melhor modo possível. Dom Eusébio lamentou a campanha no Rio. "Não vimos os programas dos candidatos, que deveriam ser prioridade", afirmou.
Perguntado sobre a notificação feita pelo Tribunal Regional Eleitoral a ele, devido a discursos contra candidata a uma vaga no Senado que defende o aborto, o cardeal preferiu não comentar.
A mesma postura foi adotada quando questionado sobre a atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na presidência.
O Cardeal-Arcebispo recusou-se a assinar, na segunda-feira (26set06), uma notificação da Justiça Eleitoral, que determina à Igreja que párocos, diáconos e vigários não façam comentários ou referências político-ideológicas sob pena de incorrer no crime de desobediência. Também o bispo-auxiliar, D. Dimas Lara Barbosa, foi notificado.
Dom Eusébio, com toda razão, não assinou a notificação por não concordar com o conteúdo nela expresso, já que a Igreja tem o direito e até o dever de bem preparar os seus filhos para votarem bem segundo os valores cristãos.
Por trás da intimação recebida pelo prelado, está o pedido da candidata ao Senado pelo PCdoB, Jandira Feghali, que entrou com uma representação no TRE-RJ contra a Arquidiocese, alegando que alguns sacerdotes têm distribuído panfletos contra o aborto e fazem campanha eleitoral contra a sua candidatura.
