No dia em que a Igreja se prepara para contemplar o mistério da encarnação, uma reflexão sobre a importância da fé em tempos desafiadores
Fernanda Ribeiro*

Foto: Thays Orrico via Unsplash
O dicionário define “esperança” como o sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja. Uma palavra que pode ser sinônimo de “confiança”, virtude imprescindível a quem tem fé.
Na vida cristã, este foi um ano dedicado à esperança. Um período de renovação, perdão e busca por Cristo, testemunhado em diferentes locais do mundo. Na Basílica de São Pedro está um dos maiores símbolos deste tempo proposto pelo Papa Francisco. A Porta Santa, aberta no Natal de 2024, inaugurou o 28º Jubileu da história da Igreja Católica.
Ao ser o primeiro a atravessá-la, o papa latino-americano enviou uma mensagem ao mundo: a esperança não desilude.
Mesmo com o eco da voz de Francisco, diferentes nações ainda convivem com a dor e o sofrimento causados pela guerra. Faixa de Gaza, Ucrânia, Rússia, Mianmar, Síria e Sudão do Sul são exemplos de territórios marcados pela violência e por consequências sociais, econômicas e humanitárias os quais, muitas vezes, têm impactos globais. Imersos nessa realidade estão milhões de inocentes, pessoas divididas entre a busca pela paz e a ausência de esperança.
Em meio aos desafios reais, uma proposta de enfrentamento espiritual em Roma. Aqueles que decidem vivenciar o Ano Santo, seja por meio de peregrinações ou da participação em eventos em sintonia com o Vaticano, encontram propósito na prática da oração e da caridade.
No período marcado por celebrações, um conclave revelou o novo rosto à frente da Igreja. Leão XIV mostrou-se disposto a dar continuidade ao ideal de Francisco. Conduziu as propostas jubilares e propagou a mensagem de esperança com frequência em seus discursos. No início do Advento, afirmou que o termo “Peregrinos de Esperança” não é um slogan que ficará ultrapassado, mas um programa de vida.
O exemplo dos papas e a mensagem propagada pela Igreja têm um objetivo: revelar a verdadeira face da esperança. Jesus Cristo é sinônimo dessa virtude porque não ignora a dor, Ele a atravessa com cada homem e cada mulher que n’Ele depositam a sua confiança.
Sua história terrena é a de alguém que conheceu o sofrimento, a rejeição e o medo; e, ainda assim, escolheu o amor como resposta. Um amor que não se impõe, mas se oferece. Um amor que não julga, mas acolhe. É por isso que, mesmo em meio às incertezas, Ele continua sendo farol para quem navega em mar revolto.
Jesus ensina que nossa esperança não está na ausência de problemas, mas na certeza de que não caminhamos sozinhos. Nas situações mais desafiadoras ou nas mais brandas, é preciso confiar. Acreditar que o bem ainda vale a pena e que a coragem de persistir e amar, apesar de tudo, fará a diferença. A fé em Cristo ajuda a compreender que a cruz não foi o fim e que a dor não tem a última palavra. Há sempre um recomeço possível.
As escolhas diárias são oportunidades de cumprir a vontade do Alto e de perceber que Deus é a esperança que permanece e transforma. Pela fé, aprendemos a seguir em frente, pois, no coração em que habita Jesus Cristo, haverá esperança — ontem, hoje e sempre.
____________________________________
*Fernanda Ribeiro é jornalista, editora de texto, apresentadora do telejornal Canção Nova Notícias, casada e mãe de dois filhos, João e Gabriel.




