A paz esteja com todos vós, rumo a uma paz desarmada e desarmante foi a temática escolhida por Leão XIV para a mensagem deste ano
Reportagem de Danúbia Gleisser e Daniele Santos
A Santa Sé divulgou nesta quinta-feira, 18, a mensagem do Papa Leão XIV para o 59º Dia Mundial da Paz, a ser celebrado em primeiro de janeiro de 2026. Com o tema “A paz esteja com todos vós. Rumo a uma paz desarmada e desarmante”, o Pontífice convida ao desarmamento do coração e à rejeição da violência.
As inesquecíveis palavras de Leão XIV em sua primeira aparição pública como pontífice continuam a ecoar no Angelus, nas audiências das quartas-feiras e se tornou marca do seu ministério.
Até mesmo na mensagem divulgada hoje pelo Vaticano com o tema do Dia Mundial da Paz de número 59, o Papa propaga esse clamor. A paz esteja com todos vós, rumo a uma paz desarmada e desarmante.
No texto, Leão escreveu que esta antiga saudação de paz, que está presente em muitas culturas, ganhou um novo vigor nos lábios de Jesus ressuscitado e que ela realiza uma mudança definitiva em quem a acolhe. O Santo Padre lembrou que hoje os sucessores dos apóstolos fazem todos os dias esta saudação como uma silenciosa revolução, que é este desejo de paz.
“Não se esquecer do bem ao convite da mensagem”, disse o diretor da sala de imprensa do Vaticano, Matteo Bruni. Na coletiva, o diretor ressaltou a necessidade de se cultivar, fazer crescer e dar força à esperança da paz.
O cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, lembra que em todo o mundo injustiças e desigualdades sistêmicas causam o sofrimento de várias naturezas e a mensagem do Pontífice denuncia a concentração de interesses econômicos e financeiros privados que levam os países à guerra.
Há 32 anos, este sacerdote fez a experiência que chamou de trevas e o mal da guerra, quando unidades militares muçulmanas do exército da Bósnia atacaram a aldeia que morava com sua família. 39 pessoas morreram, entre elas o pai dele, aos 45 anos. Os demais sobreviventes foram levados para um campo de prisioneiros.
De acordo com o sacerdote, durante o cativeiro, eles mantiveram a paz, não pensaram em vingança. E citou o pensamento de Santo Agostinho sobre a necessidade de criar uma amizade indissolúvel com a paz e salientou: “‘Construímos a paz com aquele que é a nossa paz’”, concluiu padre Pero Milievi.




