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Santa Sé fecha 2024 com um superávit de 1,6 milhões de euros

Secretaria para a Economia publicou o Balanço Consolidado do ano passado: um possível e muito esperado avanço financeiro que exigirá confirmações futuras

Da Redação, com Vatican News

Vaticano / Foto: Canva Pro

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A Secretaria para a Economia publicou nesta terça-feira, 25, o Balanço Consolidado 2024 da Santa Sé, que apresenta um superávit de 1,6 milhões de euros. Esse resultado representa uma recuperação significativa em relação ao déficit de 51,2 milhões de euros registrado no ano anterior.

O relatório destaca uma clara melhoria e, embora com a prudente consciência de que a plena sustentabilidade financeira é um objetivo a ser alcançado a longo prazo, é possível observar uma direção claramente positiva.

A melhoria geral baseia-se numa redução significativa do déficit, que diminuiu quase 50%, passando de 83 milhões para 44 milhões de euros. Isso foi possível graças a um aumento de 79 milhões de euros nas receitas (provenientes principalmente de doações e gestão hospitalar) e aos esforços de controle das despesas, que compensaram parcialmente a inflação e o aumento dos custos com funcionários.

O desempenho na gestão financeira foi particularmente positivo, gerando resultados ativos de 46 milhões de euros, superando os níveis de 2023 e desempenhando um papel fundamental na cobertura do déficit operacional. Esse desempenho deve-se principalmente à realização de ganhos de capital graças ao início das atividades do Comitê de Investimentos, que irá atuar somente neste ano.

Análise

Excluindo as instituições hospitalares, a Santa Sé encerrou com um superávit de 18,7 milhões de euros. A Secretaria para a Economia salienta, mais uma vez, a necessidade de prudência na interpretação desse dado, uma vez que essa melhoria se deve principalmente a um aumento das doações e a um impacto contábil pontual dos investimentos, relacionados com a venda de investimentos históricos. Este progresso deverá, portanto, ser confirmado nos próximos anos.

Missão Apostólica e Fundos Pontifícios

Analisando as rubricas de despesas, é possível atestar a coerência entre a Missão e sua execução econômica concreta. As funções dos diferentes Dicastérios declinam, de fato, as facetas da Missão Apostólica. Essas instituições da Cúria oferecem serviços à Igreja em nível global, desde o apoio às Igrejas locais até às iniciativas para a unidade da fé, desde a comunicação do Papa até a promoção da paz e do desenvolvimento humano, desde os eventos litúrgicos até a custódia do patrimônio do Vaticano, às Representações Pontifícias.

O relatório entra, portanto, em detalhes sobre as rubricas nas quais são repartidos os 393,29 milhões de euros destinados à Missão Apostólica e aos Fundos Pontifícios (excluindo os hospitais). A grande maioria desses fundos (83%) concentra-se em cinco setores prioritários. A rubrica principal, que representa 37% do total (146,40 milhões de euros), é dedicada ao apoio às Igrejas locais em dificuldades e em contextos específicos de evangelização.

As sucessivas áreas de despesa mais relevantes são o culto e a evangelização (14%), a comunicação da mensagem (12%), a presença no mundo através das Nunciaturas Apostólicas (10%) e o serviço de caridade (10%). Os 17% restantes cobrem outras atividades, como a Organização da Vida Eclesial, os Bens Históricos e as Instituições Acadêmicas.

Secretaria para a Economia

Ao comentar o Balanço da Santa Sé de 2024, o prefeito da Secretaria para a Economia, Maximino Caballero Ledo, explicou que a melhoria registrada — com a redução do déficit operacional estrutural de 83,5 para 44,4 milhões de euros — representa um progresso significativo na consolidação da situação econômica da Santa Sé.

“Continuamos, portanto, com determinação no caminho rumo à plena sustentabilidade financeira, transformando esse desafio em uma oportunidade de consolidação e crescimento, a ser enfrentada com continuidade, realismo e disciplina, mantendo um equilíbrio entre o compromisso missionário e uma gestão responsável dos recursos”, disse.

Sobre o aumento significativo das ofertas, Caballero frisou ser um sinal encorajador. Após anos de desaceleração, o fato de as contribuições terem apresentado um crescimento, deu esperança de uma renovada participação dos fiéis e das Igrejas locais na missão da Santa Sé, opinou. “É um dado positivo, que sugere um clima de maior confiança, mesmo sabendo que se trata de dinâmicas que podem variar ao longo do tempo e que exigem sempre prudência e realismo na sua interpretação”.

Além da prudência na gestão das despesas, o prefeito da Secretaria para a Economia ressaltou como imprescindível a continuidade do trabalho no lado das receitas: desde doações até captação de recursos, desde a valorização do patrimônio até uma gestão de investimentos coerente com os critérios estabelecidos.

“Devemos continuar a trabalhar para uma redistribuição cuidadosa e equilibrada dos recursos, garantindo que sejam destinados de forma cada vez mais eficaz às prioridades missionárias. Não se trata apenas de manter o equilíbrio do balanço orçamentário, mas de fortalecer a capacidade da Santa Sé de utilizar da melhor forma cada contribuição recebida, tornando mais sólida e sustentável a sua presença a serviço da Igreja universal”, finalizou.

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