Você sabe o que fazer quando alguém por perto se engasga? Saber manobras de desengasgo pode salvar vidas. A Associação Americana do Coração, que padroniza as técnicas em âmbito internacional, atualizou suas diretrizes oficiais de primeiros socorros.
Reportagem de Aline Campelo e Sanny Alves
As novas diretrizes para o desengasgo de vítimas conscientes mudam o passo a passo de manobras em bebês, crianças e adultos. “1, 2, 3, 4, 5. Giro para o meu outro antebraço. Deixo o bebê mais uma vez inclinado. Antes nós fazíamos com esses dois dedos. Agora nós vamos fazer com esse calcanhar da mão aqui sobre o peito dele, 1, 2, 3, 4, 5. E vou intercalando essas técnicas, sempre começando com essa manobra, com os tapas aqui nas costas. Sempre cinco. Cinco dessas, das compressões no tórax com essa região aqui da mão”, explicou do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, o 2º tenente André Rodrigues.
Já em crianças maiores, para aplicar as manobras é necessário se ajoelhar e alternar os procedimentos como simulado em adultos. “Eu vou incliná-lo levemente para a frente, apoiando o tórax dele. Vou fazer cinco tapas nos meios das no meio das costas. 1, 2, 3, 4, 5, apoiado. Coloco a mão aqui numa região que a população conhece como boca do estômago. Coloco aqui, sobrepondo a outra mão e vou fazer compressões de fora para dentro, de baixo para cima, como se fosse um anzol. Faço cinco. 1, 2, 3, 4, 5”, aplicou tenente André.
Dados do Ministério da Saúde indicam que cerca de 94% dos casos de asfixia por engasgo ocorrem em crianças de até 7 anos. A ingestão de alimentos é a causa predominante, mas objetos como brinquedos, sacos plásticos e fios também apresentam alto risco de asfixia.
Crianças menores precisam ser monitoradas o tempo todo. O pediatra alerta para ficar de olho e sempre atento ao que eles comem. “Lembrar que a criança é diferente do adulto. E muitas vezes a gente vê nas festas crianças correndo e comendo. Comer tem que ficar quieto comendo, evitar falar comendo também, porque tem uma chance maior de aspiração também do alimento. A população tem que estar bem orientada. A população, os pais, os irmãos mais velhos também têm que estar orientados, porque isso vai acontecer dentro de casa”, alertou o pediatra Henrique Flávio Gonçalves Gomes.
