“No Iraque, terra de sua missão, este serviço assume um significado especial”, disse o Papa a Dom Mirosław Stanisław durante a ordenação episcopal
Da Redação, com Vatican News

Papa durante ordenação episcopal de Dom Mirosław /Foto: Alessia Giuliani / Hans Lucas via Reuters
O Papa Leão presidiu à missa para a ordenação episcopal de Dom Mirosław Stanisław Wachowski, arcebispo polonês e Núncio Apostólico junto “ao querido povo” do Iraque. A cerimônia foi realizada na tarde deste domingo, 26, na Basílica de São Pedro.
Dom Wachowski é natural da diocese de Ełk, cidade de Pisz, nascido em 8 de maio de 1970. Foi ordenado presbítero em 15 de junho de 1996 e nomeado arcebispo pelo Papa Leão em 18 de setembro passado. Escolheu como lema episcopal Gloria Deo Pax Hominibus (Glória a Deus e paz aos homens). Para o Pontífice, trata-se de um programa de vida: “Este é o sentido profundo de toda vocação cristã e, de modo especial, aquela episcopal: tornar visível, com a própria vida, o louvor de Deus e o seu desejo de reconciliar o mundo a si”.
Servo, não patrão
Comentando o Evangelho do dia, que narra o episódio do publicano e do fariseu que vão rezar no Templo, o Pontífice se inspirou para falar da primeira característica de todo bispo: a humildade. “Não a humildade das palavras, mas aquela que habita o coração de quem sabe ser servo, não patrão; pastor, não proprietário do rebanho.”
Recordando o país de origem e o de destino do novo bispo, o Papa falou de outras duas características que definem o ministério episcopal: expectativa e fidelidade. “O bispo é chamado a semear com paciência, a cultivar com respeito, a esperar com esperança. É custódio, não dono; homem de oração, não de posse.”
Após passar por Senegal, Polônia, organizações internacionais em Viena e mais recentemente na Secretaria de Estado, o novo bispo será testemunha da esperança numa terra marcada pela dor e pelo desejo de renascimento. “Chamado a combater o bom combate da fé não contra os outros, mas contra a tentação da fadiga e do fechamento”, disse Leão XIV. Citando São Paulo VI, o Santo Padre recordou que o Núncio Apostólico não é um diplomata qualquer: é o rosto de uma Igreja que acompanha, consola, constrói pontes.
Diplomacia da Santa Sé nasce do Evangelho
“No Iraque, terra de sua missão, este serviço assume um significado especial”, disse ainda o Papa, evocando a antiga presença cristã na Mesopotâmia, que nem mesmo a feroz violência das últimas décadas foi capaz de apagar. Leão XIV mencionou ainda a visita de Francisco ao país em março de 2021, a primeira de um Papa ao Iraque.
“Hoje o senhor é chamado a prosseguir aquele caminho: a proteger os brotos de esperança, a encorajar a convivência pacífica, a mostrar que a diplomacia da Santa Sé nasce do Evangelho e se alimenta da oração.” No Iraque, acrescentou, o povo o reconhecerá não por aquilo que dirá, mas por como amará.
Rito de ordenação
Ao final da homilia, o Pontífice prosseguiu com a liturgia da ordenação com o chamado “propósito do eleito”, ou seja, quando o ordenante principal interroga o novo bispo diante dos fiéis quanto à fé e sua futura missão. São nove perguntas, sendo uma delas: “Caríssimo irmão, queres desempenhar até à morte a missão que nos foi confiada pelos Apóstolos, e que, por imposição de nossas mãos, te será transmitida com a graça do Espírito Santo?”. O eleito respondeu: “Quero”.
O rito prosseguiu com a imposição das mãos e a prece de ordenação; a unção da cabeça e a entrega do livro dos Evangelhos e das insígnias, o anel, a mitra e o báculo. Dom Wachowski recebeu então o abraço da paz do Santo Padre e dos demais bispos. A cerimônia continuou com a liturgia eucarística.




