Na Missa do Jubileu das Equipes Sinodais e dos Órgãos de participação, Papa frisou as dimensões da comunhão e do serviço que devem conduzir a Igreja
Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Papa Leão XIV durante missa no Jubileu das Equipes Sinodais e dos Órgãos de Participação / Foto: Joyce Mesquita
O dom da unidade, do caminho conjunto em busca de Deus marcou a homilia do Papa Leão XIV neste domingo, 26. O Pontífice presidiu a Missa na Basílica de São Pedro por ocasião do Jubileu das Equipes Sinodais e dos Órgãos de participação.
Leão XIV destacou que celebrar este jubileu é redescobrir o mistério da Igreja, que não é uma simples instituição religiosa nem se identifica com hierarquias e estruturas. “A Igreja, como nos recordou o Concílio Vaticano II, é o sinal visível da união entre Deus e a humanidade”, explicou.
O Pontífice lembrou que, na Igreja, as relações não respondem à lógica do poder, mas à do amor. A regra suprema na Igreja é justamente o amor, destacou. “A regra suprema na Igreja é o amor: ninguém é chamado a comandar, todos são chamados a servir; ninguém deve impor as próprias ideias, todos devemos ouvir-nos reciprocamente; ninguém é excluído, todos somos chamados a participar; ninguém possui toda a verdade, todos devemos procurá-la juntos e humildemente.”
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.: Íntegra da homilia do Papa
A comunhão na Igreja
A própria palavra “juntos” expressa o apelo à comunhão na Igreja, observou Leão XIV, recordando as palavras do Papa Francisco em sua última Mensagem para a Quaresma. Neste texto, o Papa falecido lembrava que caminhar juntos, ser sinodal, é a vocação da Igreja.
Leão XIV se deteve, então, no Evangelho do dia, que traz o relato do fariseu e do publicano que foram rezar no Templo. Ele explicou que os dois personagens percorrem o mesmo caminho, mas não caminham juntos. Ambos rezam ao Pai, mas sem serem irmãos e nada partilhando. E isso acontece, sobretudo, por causa do fariseu, cuja oração aparentemente é dirigida a Deus, mas é somente um espelho no qual ele se olha. Obcecado pelo próprio eu, ele não mantém uma relação nem com Deus nem com os outros.
“Irmãos e irmãs, o mesmo também pode ocorrer na comunidade cristã. Acontece quando o “eu” prevalece sobre o “nós”, gerando personalismos que impedem relações autênticas e fraternas; quando a pretensão de ser melhor do que os outros, como faz o fariseu com o publicano, cria divisão e transforma a Comunidade num lugar de julgamento e exclusão; quando se aproveita da própria função para exercer poder e ocupar espaços.”, disse.
Ser uma Igreja sinodal
Referindo-se novamente ao Evangelho, o Papa destacou que é para o publicano que os fiéis devem olhar. Com a mesma humildade deste personagem, na Igreja todos devem se reconhecerem necessitados de Deus e uns dos outros. As equipes sinodais e os órgãos de participam são imagem desta Igreja que vive na comunhão, disse o Papa.
“Ser Igreja sinodal significa reconhecer que não se possui a verdade, mas que juntos a procuramos, deixando-nos guiar por um coração inquieto e enamorado do Amor.”, acrescentou Leão XIV.
Já concluindo a homilia, o Pontífice disse que se deve sonhar e construir uma Igreja humilde, que se abaixa para lavar os pés da humanidade. Uma Igreja que é lugar acolhedor para todos e permanece à escuta de Deus para poder, da mesma forma, ouvir todos.
“Comprometamo-nos a construir uma Igreja totalmente sinodal, totalmente ministerial, totalmente atraída por Cristo e, portanto, voltada para o serviço ao mundo. (…) Que o Senhor nos conceda esta graça: estar enraizados no amor de Deus para vivermos em comunhão uns com os outros. E sermos, como Igreja, testemunhas de unidade e amor.”, concluiu.




