ESTUDOS

Petrobras tem licença para pesquisar petróleo na Foz do Rio Amazonas

A Petrobras conseguiu a licença ambiental para iniciar os estudos para exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas. O pedido havia sido feito há cinco anos e o Ibama negou a autorização em 2023. Após refazer o projeto, a estatal de petróleo fez um novo pedido.

Reportagem de Francisco Coelho e Ersomar Ribeiro

O bloco que a Petrobras vai explorar fica a cerca de 500 km da foz do rio Amazonas, no estado do Amapá. Estudos indicam a possibilidade de uma reserva de petróleo com um potencial semelhante ao da camada pré-sal. Logo após a autorização, a estatal deve iniciar o processo de perfuração. A estimativa é de uma capacidade de produção superior a 30 bilhões de barris de petróleo. 

“Seja ainda muito cedo para dizer se tem. É uma expectativa, é uma esperança, mas para você avaliar o potencial, avaliar se a região realmente tem petróleo, é preciso fazer trabalho de exploração de petróleo, perfuração de poços. Então essa é uma por similaridades geológicas para oeste e para leste é que a Petrobras tem a expectativa de descobrir petróleo nessa região”, analisou o geólogo, Jorge Camargo. 

O processo para obter a licença ambiental começou há 5 anos. Em 2023, o IBAMA negou a autorização alegando riscos à biodiversidade com a falta de um plano de prevenção para desastres ambientais. A Petrobras refez o projeto e fez uma nova solicitação para iniciar os estudos no local. Por meio de nota, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima afirmou que a licença foi concedida após um rigoroso processo de análise ambiental. 

O presidente do Senado comemorou a autorização. “Nós sonhávamos com a possibilidade de pesquisarmos e explorarmos essa riqueza e que de fato hoje eh tivemos a felicidade num dia histórico. Ficará registrado na história do Amapá e do Brasil”, declarou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, do Partido União(AP). 

Entidades ambientais criticaram a decisão anunciada às vésperas da COP 30 em Belém. A WWF Brasil afirmou em nota que a vitória da Petrobras representa uma derrota para todos os brasileiros. “A gente, não estando no campo do romantismo, nós precisamos saber que a transição energética é um passo de cada vez. E o mundo que estará vindo, inclusive na própria Amazônia, poderá ver que nós temos sim uma responsabilidade internacional sobre os bens naturais, sobre a natureza. Porém, isso não é algo que será realizado apenas com boas intenções”, completou o ambientalista, Jefferson Sooma.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo