1º de outubro

Dia de Oração recorda missionários assassinados e sequestrados

Nos últimos anos, sacerdotes, religiosas e missionários têm enfrentado uma crescente onda de violência; neste 1º de outubro, a ACN convida a rezar por eles

Da Redação, com CNBB

Foto: Canva

Nesta quarta-feira, 1º, comunidades cristãs de todo o Brasil são convidadas a participar de um Dia de Unidade de Oração em memória de missionários sequestrados e assassinados em todo o mundo. A iniciativa, promovida mensalmente pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), conta com o apoio da Comissão Episcopal para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A motivação vem do fato de que, nos últimos anos, sacerdotes, religiosas e missionários têm enfrentado uma crescente onda de violência em diversas regiões do mundo. Entre 2022 e 2025, mais de 370 casos de assassinatos, sequestros e prisões arbitrárias de membros da Igreja foram registrados, segundo dados da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN).

A cada mês, a campanha propõe uma jornada de oração dedicada a países ou situações marcadas por conflitos armados, perseguição religiosa ou crises humanitárias. Em outubro, a atenção volta-se para a escalada da violência contra agentes pastorais em diferentes partes do mundo.

Violência crescente

Os relatórios da ACN mostram que 2022 marcou o início de uma escalada preocupante. Mais de 100 sacerdotes e religiosas foram sequestrados, presos ou assassinados naquele ano. Doze padres e cinco religiosas perderam a vida em países como Nigéria, México, República Democrática do Congo, Sudão do Sul e Moçambique.

Em 2023, os registros subiram para 132 casos. A Nigéria voltou a liderar os índices, com 28 sequestros, incluindo três religiosas. O Haiti também passou a figurar entre os países mais atingidos, enquanto padres e religiosas foram feitos reféns em Mali, Burkina Faso e Etiópia.

O ano de 2024 não trouxe alívio: foram 121 novos casos, com 13 assassinatos, 37 sequestros e 71 prisões. Entre os episódios mais graves, destacam-se o assassinato do padre mexicano Marcelo Pérez e o sequestro do bispo emérito Salvador Rangel Mendoza.

Em 2025, a Nigéria consolidou-se como epicentro da violência, respondendo por mais de 80% dos sequestros de sacerdotes registrados até março. Um dos casos mais emblemáticos foi o do seminarista Andrew Peter, sequestrado e posteriormente assassinado.

Mártires do século XXI

O tema também esteve em destaque no Vaticano. No dia 8 de setembro, a Santa Sé anunciou que mais de 1.600 mártires e testemunhas da fé do século XXI já foram reconhecidos pela Comissão instituída em 2023 pelo então Papa Francisco.

Os dados apresentados revelam que 304 desses mártires são provenientes das Américas, 43 da Europa, 110 morreram em missões em diferentes países, 277 no Oriente Médio e no Magrebe, 357 na Ásia e Oceania e 643 na África – continente que concentra o maior número de mortes.

Segundo Andrea Riccardi, fundador da Comunidade de Santo Egídio e vice-presidente da Comissão, “infelizmente, os cristãos continuam morrendo porque são testemunhas do Evangelho, apaixonados por Deus e pelo próximo, servos da humanidade e livres comunicadores da fé”.

A celebração ecumênica em memória desses novos mártires foi presidida pelo Papa Leão XIV no domingo, 14 de setembro, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, em Roma.

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