Tema foi divulgado nesta segunda-feira, 29, pelo Dicastério para a Comunicação do Vaticano; “desafio é garantir que a humanidade continue sendo o agente orientador”
Da Redação, com Vatican News

Foto: Canva
“Preservar vozes e rostos humanos” é o tema escolhido pelo Papa Leão XIV para o 60º Dia Mundial das Comunicações Sociais 2026 divulgado nesta segunda-feira, 29. O texto, divulgado pelo Dicastério para a Comunicação do Vaticano, explica que nos ecossistemas comunicativos de hoje, a tecnologia influencia as interações de maneira nunca antes conhecida – desde os algoritmos que selecionam conteúdo nos feeds de notícias até à inteligência artificial que redige textos e conversas.
O Dicastério para a Comunicação acrescenta que a humanidade hoje tem possibilidades impensáveis há apenas alguns anos. “Contudo, embora essas ferramentas ofereçam eficiência e alcance, elas não podem substituir as capacidades unicamente humanas de empatia, ética e responsabilidade moral”, enfatiza. A comunicação pública, prossegue o texto, exige julgamento humano, não apenas esquemas de dados. “O desafio é garantir que a humanidade continue sendo o agente orientador”.
O futuro da comunicação deve garantir que as máquinas sejam ferramentas a serviço e conexão da vida humana, e não forças que corroem a voz humana, destaca a Secretaria do Vaticano. “Temos grandes oportunidades. Ao mesmo tempo, os riscos são reais. A inteligência artificial pode gerar conteúdos envolventes, mas enganosos, manipulativos e prejudiciais, replicar preconceitos e estereótipos presentes nos dados de treinamento, e amplificar a desinformação ao simular vozes e rostos humanos. Também pode invadir a privacidade e a intimidade das pessoas sem o seu consentimento”.
No texto, outro alerta: uma dependência excessiva da IA enfraquece o pensamento crítico e as habilidades criativas, enquanto o controle monopolista desses sistemas levanta preocupações sobre a centralização do poder e as desigualdades.
De acordo com o Dicastério para a Comunicação, “torna-se cada vez mais urgente introduzir a alfabetização mediática nos sistemas educacionais, ou até mesmo a alfabetização no campo da IA (MAIL, ou seja, Media and Artificial Intelligence Literacy) . “Como católicos, podemos e devemos dar a nossa contribuição, para que as pessoas – especialmente os jovens – adquiram a capacidade de pensar criticamente e cresçam na liberdade do espírito”, conclui o texto.