Televisão, celular, computador… A cada dia aumenta o número de aparelhos eletrônicos que fazem parte da nossa rotina. Mas quando esses aparelhos quebram, qual é a forma correta de descartá-los? Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas, o Brasil está entre os maiores produtores de lixo eletrônico do mundo.
Reportagem de Flavio Rogério e Gilberto Pereira
Renilda é voluntária nessa cooperativa de materiais recicláveis da cidade de Cotia, região metropolitana de São Paulo. Recentemente ela participou de um curso sobre reciclagem e recuperação de aparelhos eletrônicos.
“Mas eu tive a capacidade de ter um olhar diferente e fazer a diferença na cooperativa. Por isso que hoje eu eu venho aqui com muita satisfação passar para eles, porque eu sei que eu faço parte de um planeta que tá precisando muito de socorro”, afirmou a voluntária, Renilda Maria.
O curso, que acontece em todo o Brasil, faz parte do projeto Recicla ON, desenvolvido pelo Instituto Gea, Ética e Meio Ambiente, em parceria com o Laboratório de Sustentabilidade da Universidade de São Paulo e tem o apoio da Caixa Econômica Federal. Mais de 80 cooperativas já participaram das aulas.
“A ideia do projeto é não só a gente ensinar pras cooperativas de catadores como lidar com esse material, que chega na cooperativa para não contaminar nem a eles e nem o meio ambiente e também como fazer para que isso se transforme num rendimento maior para a cooperativa”, explicou a presidente do Instituto Gea-Ética e Meio Ambiente, Ana Maria Luz.
“É muito importante o treinamento dos catadores para eles terem essa consciência que ali no resíduo eletrônico nós temos metais presados e que então eles precisam saber manusear corretamente usando EPI e tomando cuidado para não se contaminar”,acrescentou a coordenadora do Laboratório de Sustentabilidade da USP, Tereza Carvalho.
O Brasil produz por ano quase 2 milhões e de toneladas de lixo eletrônico. Segundo a Organização das Nações Unidas, estimativas do setor mostram que menos de 5% desses materiais são reciclados. “Existe o conceito de responsabilidade compartilhada que fala que quem compra, quem vende, quem distribui. Todos são responsáveis pelo tratamento do resíduo eletrônico”, retomou Tereza.
Cooperativas como aqui Renilda é voluntária são alternativas para o descarte correto desses materiais. Os 48 cooperados da associação encontram um espaço próprio para resíduos eletrônicos e os cursos do projeto Recicla ON têm dado muitos frutos por aqui. “Hoje a gente já consegue fazer a destinação da parte do eletrônico de forma correta. Em seis meses a gente tem uma conta aí de quase 100 toneladas de eletrônico tirado da natureza”, concluiu a presidente da Coopernova Cotia Recicla, Marli Monteiro.