Especialistas alertam que países europeus devem se preparar para o pior, especialmente nas regiões sul e leste, em que o clima seco deve ser mais intenso
Da redação, com Reuters

Bombeiro tenta conter as chamas na Espanha / Foto: Reprodução Reuters
Bombeiros trabalharam incansavelmente durante a noite para conter um incêndio florestal em Villageris, na Espanha, uma cidade da região de Castela e Leão, na noite desta segunda-feira, 11. No sul da França, bombeiros em Saint-Vallier combateram focos de incêndio na manhã desta terça-feira, 12, enquanto autoridades monitoravam o incêndio florestal contido, alertando que as condições quentes e secas ainda poderiam provocar novos incêndios.
Várias frentes na Espanha forçaram mais de 2 mil evacuações e destruíram propriedades. Uma onda de calor prolongada na Espanha continuou na terça-feira, com temperaturas previstas para chegar a 44°C em algumas regiões, de acordo com o serviço meteorológico local.
Na França, os incêndios que tiveram início em 5 de agosto foram os mais intensos desde 1949. Espalhado por 16 mil hectares, o incêndio causou uma morte, feriu 19 bombeiros e seis civis, e várias dezenas de casas foram destruídas.
As autoridades francesas atribuíram o incêndio ao impacto das mudanças climáticas.

Incêndios tomam conta das regiões sul e leste do continente europeu / Foto: Reprodução Reuters
O que dizem os cientistas
Cientistas afirmam que os verões mais quentes e secos da região do Mediterrâneo colocam a região em alto risco de incêndios florestais. Uma vez iniciados, a vegetação seca abundante e os ventos fortes podem fazer com que o fogo se espalhe rapidamente e se torne incontrolável.
As mudanças climáticas agravam esse risco, criando um quadro mais quente e seco. Nos países banhados pelo Mar Mediterrâneo, isso contribuiu para o início mais precoce da temporada de incêndios nos últimos anos, quebrando recordes de intensidade e queimando mais terras.
As emissões de gases de efeito estufa, principalmente da queima de carvão, petróleo e gás, aqueceram o planeta em cerca de 1,3°C desde os tempos pré-industriais. A Europa aqueceu o dobro da média global desde a década de 1980, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial.
Essa linha de base mais quente significa que temperaturas mais altas podem ser atingidas durante ondas de calor, que as mudanças climáticas também estão tornando mais frequentes. Isso foi confirmado pelo painel global de cientistas climáticos das Nações Unidas, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.
A ONU recomenda que os governantes invistamn mais na prevenção, em vez de se concentrarem principalmente na resposta após o início dos incêndios — e alertou que as mudanças climáticas devem aumentar os incêndios extremos em todo o mundo em até 14% até o final da década.
A prevenção de incêndios pode incluir a realização de fogueiras controladas antes do verão e a restauração de ecossistemas de pântanos e turfeiras, afirmou a ONU.