Grupo de peregrinos de Veneza que inclui três detentos se reuniu com o Pontífice nesta quinta-feira, 7, após percorrerem 100 km
Da Redação, com Vatican News

Foto: REUTERS/Yara Nardi
Nesta quinta-feira, 7, o Papa Leão XIV recebeu em audiência um grupo de peregrinos provenientes de Veneza. Entre os membros da peregrinação por ocasião do Jubileu 2025 estavam três presos da Casa de Detenção de Santa Maria Maior.
Acompanhados pelo Patriarca de Veneza, Dom Francesco Moraglia, pelo diretor do presídio, Enrico Farina, e pelo capelão da prisão, padre Massimo Cadamuro, os detentos chegaram a Roma após uma peregrinação iniciada em Terni. Partindo da cidade a cerca de 100 km da capital italiana, o caminho foi percorrido em parte a pé, como expressão de fé e desejo de redenção.
O encontro com o Pontífice ocorreu após a passagem dos peregrinos pela Porta Santa da Basílica de São Pedro. Segundo Dom Moraglia, foi um momento fraterno e autêntico, sem formalismos ou discursos preparados. Os detentos entregaram ao Santo Padre pequenos sinais de sua caminhada: uma agenda, um diário de bordo e uma revista produzida na prisão.
A Diocese de Veneza também ofereceu um cálice e uma patena confeccionados pelos mestres vidreiros de Murano, com a imagem de Nossa Senhora Nicopeia.
Ponte para um novo futuro
Durante o encontro, Leão XIV destacou que a redenção não deve ser esperada apenas para o tempo posterior à pena, mas deve começar ainda dentro da prisão, na vida cotidiana. “Os nossos amigos detentos devem buscar superar uma história que os marcou, começando esse processo nos próprios lugares de restrição”, relatou o Patriarca à mídia vaticana, ecoando as palavras do Papa.
O diretor da prisão, Enrico Farina, descreveu a audiência como uma experiência intensa, profundamente humana e simbólica. “A peregrinação não foi um prêmio, mas o fruto de um trabalho sério e compartilhado. O cárcere não é apenas um limite, mas pode tornar-se ponte para um novo futuro”, refletiu.