FINANÇAS

Entenda o que é a dismorfia financeira e como controlar o próprio dinheiro

Você já parou para pensar se a forma como lida com o dinheiro tem mais a ver com emoções do que com números? Uma realidade financeira que parece organizada demais , ou caótica, pode esconder algo mais profundo.

Reportagem de Vanessa Anicio e Daniel Camargo

O nome pode até soar complicado. Dismorfia financeira. “Nunca ouvi essa palavra”, disse a cidadã. “Dismorfia?. Não, não sei”, completou o cidadão. “Nem ideia, nem ideia”, falou a entrevistada. “Deve ser problema, deve ser alguma disfunção, coisa ruim”, opinou a mulher. 

“O que que significa dismorfia? É não perceber a forma. É uma distorção da forma. E quando a gente fala de distorção dessa forma, a gente tá falando conectada à nossa vida financeira. Então esse indivíduo, ele tem uma percepção irrealista da sua condição, às vezes gastando demais, às vezes poupando demais”, explicou a psicóloga, Keila Calil. 

Por trás desse comportamento podem estar questões emocionais mal resolvidas, baixa autoestima ou necessidade de aceitação social. “Há uma outra coisa importante, falar sobre dinheiro em casa com as pessoas e trazer consciência a ela de que ela está em excesso, tanto de um lado gastando aquilo que não é real ou não gastando aquilo que é real”, reforçou a  psicóloga.

O termo ainda não está nos manuais de psiquiatria ou psicologia, mas os impactos emocionais e práticos são bem reais. Por isso, cuidar da saúde mental e da saúde financeira pode ser essencial para evitar o transtorno. 

“Se você entende a sua realidade, você vai ter condições de decidir se você está vivendo um extremo ou outro. Então, o primeiro ponto é esse, entender quanto você ganha, quanto você gasta. Faça um controle mesmo. Pessoal acha que precisa de aplicativo, planilha, não. Da forma que for melhor para você. Segundo ponto, pare de se comparar. Esqueça a rede social. Ninguém posta bastidor, todo mundo posta palco. Então, tira isso da sua frente, viva a sua realidade”, concretizou o educador financeiro, Guto Moizés. 

Mais do que controlar gastos, é preciso entender a própria relação com o dinheiro. “Buscar uma ajuda, uma ajuda nesse sentido de questionar os próprios mapas mentais. E aí sim vai conseguir ressignificar, porque existe uma boa notícia. Nessa história, a gente aprende a deixar o passado aí para trás”, concluiu Keila.

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