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Rio de Janeiro sedia Congresso Internacional de 28 a 30 de maio

Evento irá celebrar 1700 anos do Concílio de Niceia, que, na época, ajudou a enfrentar uma doutrina que negava a divindade de Jesus Cristo

Da Redação, com Vatican News

Foto: Faculdade Mar Atlântico

O Congresso Internacional tem o tema “1700 anos do 1° Concílio de Niceia” e acontecerá no Rio de Janeiro de 28 a 30 de maio. O evento reunirá especialistas nacionais e internacionais para debater o impacto histórico, filosófico e teológico do Concílio.

Estudantes, pesquisadores, professores, membros de comunidades religiosas e qualquer pessoa que deseje se aprofundar nos temas relacionados ao Concílio pode participar do evento. As conferências serão ministradas em português, inglês e francês, com tradução simultânea disponível para os que desejarem.

O curador do Congresso, João Carlos Nara Júnior, ressaltou sobre a importância do Concílio de Niceia para a fé cristã na atualidade. “O primeiro Concílio Ecumênico da história desempenhou um papel fundamental na formação da identidade e na configuração do mundo ocidental. Para compreender plenamente o nosso mundo atual, é essencial revisitar nossas raízes históricas”, frisou.

Entre as atividades programadas estão mesas redondas e conferências com estudiosos, historiadores, teólogos, filósofos e diversos pesquisadores, para uma análise interdisciplinar sobre as repercussões históricas, filosóficas e teológicas desse marco fundamental do Cristianismo.

Estarão presentes o presidente da Pontifícia Academia de São Tomás de Aquino (PAST), Serge Thomas, a pastora luterana finlandesa, Paivï Vähäkangas, e o musicista João Vicente Vidal, diretor do Arquivo do Museu da Inconfidência Mineira.

A importância do Concílio de Niceia

O Concílio de Niceia foi realizado de 20 a 25 de julho de 325. Foi o primeiro Concílio Ecumênico da história da Igreja. Convocado pelo imperador Constantino, reuniu bispos de diversas regiões para enfrentar uma grave crise de fé provocada pelo arianismo – uma doutrina que negava a divindade de Jesus Cristo.

Durante o Concílio, os bispos afirmaram solenemente que Jesus é “consubstancial ao Pai”, ou seja, da mesma substância divina, o que foi incorporado ao Credo Niceno, professado até hoje nas Missas. Niceia também foi responsável por definir diretrizes fundamentais para a unidade doutrinária da Igreja e pela formulação das primeiras bases do calendário litúrgico.

Em 2025, celebra-se o 1700º aniversário deste marco da fé cristã, com congressos e eventos acadêmicos internacionais que resgatam sua relevância teológica e histórica.

Carta do arcebispo do Rio de Janeiro aos participantes do congresso

Na sexta-feira, 24, o arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, o cardeal Orani Tempesta, divulgou uma carta aos participantes do Congresso Internacional, em que parabenizou a iniciativa da Faculdade Mar Atlântico e a equipe organizadora do evento, evidenciando a importância de se refletir sobre o tema.

“Mais do que um debate doutrinal, o Concílio de Niceia foi uma resposta pastoral e teológica aos desafios da unidade da fé”, pontuou o Cardeal na missiva. “Celebrar os 1700 anos de Niceia é, pois, reconhecer que a fé cristã se enraíza na fé concreta e se desenvolve no diálogo com os contextos humanos. Dedico a todos minha bênção e votos de êxito nos trabalhos e estudos do Congresso”, concluiu.

Conferencistas do Congresso

O evento contará com a presença de várias lideranças religiosas para abordar temas importantes:
– Padre André Rodrigues (PUC-Rio): Conferência sobre a relação entre o Pai e o Filho no contexto do Concílio;
– Frei Serge-Thomas Bonino (Presidente da Associação Internacional São Tomás de Aquino): Abordará a consubstancialidade na obra de São Tomás de Aquino;
– Païvi Vahäkängas (Universidade de Helsinki): Discussão sobre as interpretações luteranas do Concílio;
– Alin Suciu (Academia de Göttingen): Perspectivas do cristianismo oriental sobre o Concílio;
– Dom Antônio Luiz Catelan Ferreira (Comissão Teológica Internacional): Análise do documento “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”; 
– João Vidal (UFRJ): Apresentação sobre a influência do Símbolo de Niceia na música do Brasil colonial.

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