BÊNÇÃO URBI ET ORBI

Papa: “Jesus é a Porta que o Pai abriu para que possamos voltar para Ele”

Em sua mensagem de Natal, Francisco destacou misericórdia de Deus; depois, rezou o Angelus e concedeu a bênção Urbi et Orbi aos fiéis do mundo inteiro

Da Redação

Papa Francisco acena para fiéis reunidos na Praça São Pedro para receber a bênção Urbi et Orbi / Foto: REUTERS/Yara Nardi

No dia em que se celebra o nascimento de Jesus, o Papa Francisco destacou a misericórdia do Pai que alcança a todo o mundo por meio do mistério da Encarnação. Nesta quarta-feira, 25, o Pontífice apresentou sua mensagem de Natal e concedeu a bênção Urbi et Orbi aos fiéis.

Da sacada central da Basílica de São Pedro, o Santo Padre iniciou sua fala enfatizando que o advento do Menino Jesus, envolvido em panos e colocado em uma manjedoura, é um acontecimento que é renovado por obra do Espírito de Deus:

“Hoje, nas tribulações do nosso tempo, se encarna de novo e realmente a Palavra eterna de salvação, que diz a cada homem e ao mundo inteiro: Eu amo-te, perdoo-te, volta para Mim, a porta do Meu coração está aberta”.

A porta do coração de Deus está sempre aberta: voltemos para Ele! Regressemos ao coração que nos ama e perdoa! Deixemo-nos perdoar por Ele, deixemo-nos reconciliar com Ele!
– Papa Francisco

Recordando a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro, realizada nesta terça-feira, 24, o Papa salientou que “a porta do coração de Deus está sempre aberta”. Ele explicou ainda que “Jesus é a Porta que o Pai misericordioso abriu no meio do mundo, no meio da história, para que todos possamos voltar para Ele”.

A partir desta atitude de abertura à reconciliação com o Pai, também será possível, para cada um, reconciliar-se consigo mesmo e com os outros, até mesmo os inimigos. “A misericórdia de Deus tudo pode, desfaz todos os nós, derruba todos os muros de divisão, dissolve o ódio e o espírito de vingança”, afirmou o Pontífice.

Superar as divisões

Ele reconheceu que, muitas vezes, os homens param apenas na soleira da porta, sem coragem para atravessá-la, pois “entrar pela Porta exige o sacrifício de dar um passo, de deixar para trás contendas e divisões, para se abandonar nos braços abertos do Menino que é o Príncipe da Paz”.

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Diante disso, o Santo Padre convidou todos, neste início do Ano Santo, “a terem a coragem de atravessar a Porta, a tornarem-se peregrinos da esperança, a calarem as armas e a superarem as divisões”. Francisco então lançou apelos para que se calem as armas na “martirizada Ucrânia” e no Oriente Médio, expressou sua proximidade aos cristãos no Líbano e na Síria, e citou ainda o povo da Líbia, para que encontrem soluções que permitam a reconciliação nacional.

Prosseguindo, o Papa rogou que o nascimento de Jesus traga esperança às famílias de milhares de crianças que sofrem uma epidemia de sarampo na República Democrática do Congo, bem como às populações do leste do país e às de Burkina Faso, Mali, Níger e Moçambique. O Pontífice também dirigiu seus pensamentos os povos dos países do
“Chifre da África” e do Sudão, e aos habitantes de Mianmar.

Francisco lembrou-se também do continente americano, pedindo que o Menino Jesus inspire as autoridades políticas a promover a harmonia social, especialmente no Haiti, na Venezuela, na Colômbia e na Nicarágua. Por fim, falou da ilha do Chipre, desejando que seja alcançada uma solução às divisões políticas presentes no país.

Sair ao encontro de Deus como peregrinos de esperança

Na sequência, o Santo Padre frisou que Jesus, o Verbo encarnado, é a Porta escancarada que todos são convidados a atravessar para redescobrir o sentido da existência e recuperar os valores basilares da família humana. “Ele espera-nos na soleira da porta. Espera por cada um de nós, sobretudo pelos mais frágeis”, declarou o Pontífice, citando as crianças que sofrem por causa da guerra; os idosos; aqueles que perderam a própria casa ou fogem de sua terra; os que perderam ou não encontram trabalho; os presos; e aqueles que são perseguidos por causa da fé.

O Papa também recordou os pais, educadores, professores, profissionais de saúde, forças de seguranças, missionários espalhados pelo mundo e pessoas empenhadas em obras de caridade, expressando sua gratidão por sua dedicação, de forma silenciosa e fiel, na promoção do bem.

Ele veio para nos curar e perdoar. Peregrinos de esperança, saiamos ao seu encontro! Abramos-Lhe as portas do nosso coração, tal como Ele nos escancarou a porta do seu Coração.
– Papa Francisco

Concluindo sua mensagem, Francisco desejou que o Jubileu possa ser uma ocasião para perdoar as dívidas. “Cada um é chamado a perdoar as ofensas recebidas, porque o Filho de Deus, que nasceu no frio e na escuridão da noite, nos perdoa tudo. Ele veio para nos curar e perdoar. Peregrinos de esperança, saiamos ao seu encontro! Abramos-Lhe as portas do nosso coração, tal como Ele nos escancarou a porta do seu Coração”, finalizou.

Na sequência, o Pontífice conduziu a oração do Angelus. Por fim, após a tradicional prece mariana, ele concedeu a bênção Urbi et Orbi aos fiéis reunidos na Praça São Pedro e espalhados por todo o mundo.

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