Francisco presidiu Missa do Galo nesta terça-feira, 24, e exortou cristãos a serem sonhadores incansáveis, amparados pela esperança em Jesus
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
A esperança não está morta: ela é precisamente o “algo mais” que impulsiona cada cristão a avançar apressadamente. Este foi o destaque na mensagem do Papa Francisco durante a homilia da Missa do Galo, nesta terça-feira, 24.
Partindo do relato bíblico em que o anjo traz aos pastores a Boa Nova (Lc 2,10-11), o Pontífice realçou o mistério do nascimento de Jesus como um grande ensinamento de humildade. “Entre o espanto dos pobres e o canto dos anjos, o céu abre-se sobre a terra. Deus fez-Se um de nós para que fôssemos como Ele, desceu para o meio de nós a fim de nos reerguer e nos reconduzir ao abraço do Pai”, expressou.
“É esta a nossa esperança. Deus é o Emanuel, é Deus conosco. O infinitamente grande tornou-Se pequeno, a luz divina brilhou nas trevas do mundo, a glória do céu apareceu na terra, na pequenez de um menino. E se Deus vem, mesmo quando o nosso coração parece uma pobre manjedoura, então podemos dizer: a esperança não está morta, a esperança está viva e envolve a nossa vida para sempre”, afirmou.
Porta Santa
Com o tema “Peregrinos da Esperança”, inaugurou-se o Jubileu 2025. Francisco recordou que cada cristão é convidado a entrar no mistério desse anúncio de graça. “Esta é a noite em que a porta da esperança foi escancarada para o mundo; esta é a noite em que Deus diz a cada um: há esperança também para ti”, reforçou.
O Santo Padre frisou que para acolher este dom, é necessário colocar-se a caminho, assim como fizeram os pastores. “Esta é a indicação para reencontrar a esperança perdida, para a renovar em nós, para semear nas desolações do nosso tempo e do nosso mundo: apressadamente. Sem demora, sem abrandar o passo, mas deixando-se atrair pela boa nova”.
Não esperar passivamente
Francisco prosseguiu sua reflexão reforçando que a esperança cristã não é um final feliz que deve ser aguardado passivamente. Considerando que esta é uma oportunidade de mudança interior, o Papa exortou os fiéis a “se indignarem” com as coisas que não estão bem e tenham a coragem de mudá-las. “A esperança pede-nos que sejamos peregrinos em busca da verdade, sonhadores que nunca se cansam, mulheres e homens que se deixam inquietar pelo sonho de Deus, o sonho de um mundo novo, onde reinem a paz e a justiça”, assinalou.
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O Pontífice acrescentou que a esperança surgida nesta noite não tolera a preguiça dos que se acomodaram no seu próprio conforto. Não admite a falsa prudência dos que não se arriscam por medo de se comprometerem e o calculismo dos que só pensam em si próprios.
“A esperança cristã, ao mesmo tempo que nos convida a esperar pacientemente que o Reino germine e cresça”, sinalizou o Santo Padre, “exige de nós a audácia de antecipar hoje essa promessa, através da nossa responsabilidade e compaixão”.
Tempo de esperança
Na sequência, Francisco afirmou que este é o tempo da esperança e, por isso, é necessário redescobrir a alegria do encontro com Deus. “A todos nós, o dom e o compromisso de levar a esperança onde ela se perdeu: onde a vida está ferida, nas expectativas traídas, nos sonhos defeitos, nos fracassos que despedaçam o coração; no cansaço de quem não aguenta mais, na solidão amarga de quem se sente derrotado”, pontuou.
Já no final da homilia, o Santo Padre considerou que o Jubileu favorece um tempo de esperança para todos os cristãos e que impulsiona a viver o amor e o perdão. “Olhando para o presépio, para a ternura de Deus manifestada no rosto do Menino Jesus, perguntemo-nos: ‘Há no nosso coração esta expectativa? Há no nosso coração esta esperança?’”.
O Papa concluiu com uma reflexão: “nesta noite, irmão, é para ti que se abre a ‘Porta Santa’ do coração de Deus. Nasce para cada homem, Jesus! E com Ele a alegria floresce. Com Ele a vida muda. Com Ele a esperança não engana”.