Francisco recebeu delegação do Universal Peace Council em audiência e destacou papel dos jovens na promoção da paz no mundo
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta segunda-feira, 25, uma delegação do Universal Peace Council (“Conselho Universal da Paz”, em tradução livre). Durante o encontro, o Pontífice destacou especialmente o papel dos jovens na promoção da paz.
O Santo Padre iniciou seu discurso elogiando a dedicação do grupo em prol da paz na Terra Santa. A região, recordou, testemunhou muita violência e sofrimento no último século e segue sofrendo com um conflito que já se arrasta há mais de um ano.
Diante desta situação, Francisco salientou a importância da promoção da paz. “Apraz-me verificar que a vossa delegação é composta por jovens de diferentes origens e religiões”, observou, acrescentando que “este é um sinal claro de que o desejo de paz está enraizado no coração humano e é capaz de trazer unidade à diversidade”.
Participação dos jovens
O Papa reconheceu, contudo, a dificuldade desta tarefa, e propôs três pontos a serem considerados pelo grupo. O primeiro é a necessidade da participação dos jovens com seu idealismo, entusiasmo e esperança, que lembram a todos que um mundo melhor é possível.
“Em particular, os jovens podem ajudar os outros a descobrir os elementos cruciais que abrem o caminho para a paz: o perdão e a disponibilidade para abandonar os preconceitos e as feridas do passado”, sinalizou o Pontífice. “Os jovens são criativos, mas é ruim quando encontramos jovens ideológicos, nos quais a ideologia toma o lugar do pensamento e da vontade de fazer o bem”, completou.
O Santo Padre afirmou que é preciso sempre lembrar e aprender com a história, pois “um apego doentio às feridas e preconceitos do passado nunca pode levar à paz verdadeira e duradoura: na verdade, apenas perpetua a espiral de conflito e divisão”.
“Qualquer coisa que valha a pena fazer nunca é fácil”
O segundo ponto citado por Francisco é o empenho em dialogar sempre, pois esta é a principal ferramenta à disposição. “O diálogo é o único caminho para a paz, para o encontro, e os jovens podem ser grandes artesãos da paz através do diálogo”, declarou.
Por fim, a terceira orientação dada pelo Papa é de não perder a esperança. Ele reconheceu como é fácil ficar desanimado frente aos efeitos devastadores da guerra e do ódio – isso sem falar da pobreza, da fome, da discriminação e de várias outras realidades que ameaçam a perspectiva de paz. “Isto pode levar-nos a pensar que o nosso compromisso com o diálogo é vão porque produz poucos resultados concretos”, pontuou.
Contudo, prosseguiu o Pontífice, é preciso recordar-se que qualquer coisa que valha a pena fazer nunca é fácil. “Exige sacrifício, exige disposição para voltar ao trabalho todos os dias, principalmente quando as coisas não parecem estar indo como gostaríamos”, expressou.
“Mantenham viva a esperança, queridos jovens, tendo sempre presente que todos fazemos parte de uma única família humana”, exortou o Santo Padre. “Somos todos irmãos e os esforços para promover a reconciliação, a harmonia e a paz sempre valerão o nosso tempo e esforços”, concluiu.