SALA DE IMPRENSA

Convidados da coletiva partilham sobre a sinodalidade em seus países

No penúltimo dia de trabalho geral no Sínodo sobre a Sinodalidade, participantes da coletiva de imprensa refletem sobre processo sinodal nas Igrejas locais

Da Redação, com Vatican News

Foto: REUTERS/Remo Casilli

Nesta terça-feira, 22, os trabalhos no Sínodo sobre a Sinodalidade se concentraram nos círculos menores. Este foi o penúltimo dia de trabalho geral antes de a comissão de redação elaborar a versão definitiva do Documento Final entre os dias 24 e 25 de outubro.

Na coletiva de imprensa, a secretária da Comissão de Comunicação do Sínodo dos Bispos, Sheila Pires, explicitou que o trabalho das últimas horas dos círculos menores evidenciou o equilíbrio, a profundidade e a seriedade, bem como a linguagem simples do Documento Final, ao qual foram oferecidas algumas sugestões nas intervenções livres.

Além disso, destacou a alusão aos jovens, com o pedido de um dos membros mais jovens da Assembleia Sinodal aos bispos para que não os deixassem de lado – “caminhem conosco, pois queremos caminhar com vocês”, disse ele. A assembleia também insistiu em dizer um forte e claro “não” da Igreja contra a guerra. “Caso contrário, não restará nenhum ser humano vivo que possa ler este documento”, sublinhou.

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.: Cobertura do Sínodo sobre a Sinodalidade

O prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, lembrou que nas próximas horas a assembleia se dedicará à elaboração dos modos, propostas concretas que podem ser modos coletivos dos círculos menores, votados entre os membros do círculo e que devem ser entregues antes do final da manhã de quarta-feira, e modos individuais.

Sinodalidade na África

Entre os convidados da coletiva de imprensa, o arcebispo de Kinshasa (República Democrática do Congo), Cardeal Fridolin Ambongo Besungu, manifestou como o Sínodo ajudou o país a descobrir como ser Igreja no contexto sociocultural africano. “O Sínodo definiu uma base e agora temos que ver como aplicar essa ideia de sinodalidade a quaisquer problemas que possam surgir. Quando eu voltar para casa, tentaremos entrar nessa dinâmica, como ser a Igreja Católica na África de uma maneira diferente”, afirmou.

O arcebispo de Bamenda (Camarões), Dom Andrew Nkea Fuanya, definiu a sinodalidade como “um sinal escatológico para todos nós que viemos de tantos lugares diferentes”. Ele afirmou ainda que “a sinodalidade significa o futuro”, porque é uma dinâmica que leva a “rejeitar o individualismo”, sendo um “chamado à vida comunitária, ao caminho comum”, algo muito importante para as comunidades cristãs, que começam nas famílias, e daí seguem para as missões, conferências episcopais e a Igreja universal.

Desafios para a Igreja

Por sua vez, o bispo de Essen (Alemanha) e presidente da Adveniat, Dom Franz-Josef Overbeck, sinalizou que metade dos alemães são pessoas sem religião. Em vista disso, a Igreja Católica precisa se reinculturar em uma realidade pós-secularizada e repensar suas estruturas, com o desafio de reevangelizar depois de séculos de cristianismo, dar uma nova resposta ao papel das mulheres na Igreja e encontrar uma resposta para a falta de padres e o que isso significa para a liturgia.

Por fim, o padre Clarence Sandanara Davedassan falou sobre a contribuição da Ásia para a jornada sinodal, onde os cristãos são uma minoria, o que os leva a viver juntos com outras religiões, em uma coexistência sinodal. Em um continente onde o espaço público para a expressão da fé parece estar cada vez mais reduzido pelo extremismo político e religioso, observou o sacerdote, a necessidade de diálogo não é uma opção, mas uma necessidade cuja base de tudo é a sinodalidade.

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