Francisco recebeu, no Vaticano, os participantes do Congresso Nacional da Sociedade Cirúrgica Italiana, intitulado “O futuro do cirurgião – o cirurgião do futuro”
Da redação, com Vatican News
“Ver com amor, sentir compaixão, estar próximo e cuidar” sempre, porque, “mesmo quando uma pessoa não pode se curar, sempre pode ser curada”. Assim se tornam “artesãos da saúde” e “guardiões da vida daqueles que sofrem”. Essa é a missão que o Papa confia aos médicos-cirurgiões da Itália que, desde domingo, 13, até esta quarta-feira, 16, estão participando do 126º Congresso Nacional da Sociedade Italiana de Cirurgia em Roma.
O Pontífice os recebeu na sala anexa à Sala Paulo VI, antes da Audiência Geral na Praça São Pedro. “O futuro do cirurgião – o cirurgião do futuro” é o tema do evento. “Um belo tema!”, observou o Papa. A partir daí, refletiu: “Quem fala de futuro, fala de esperança, de projeto, de compromisso’, afirmou. Em seguida, enfatizou que o trabalho dos cirurgiões é “precioso para o homem”, uma criatura “bonita”, mas “frágil” e “tão vulnerável”.
Homem na sua totalidade
O Santo Padre enfatizou aos médicos a importância de ser humano e profissional, pois eles cuidam dos “sofredores”. “Levem a sério, conjugando competência e deontologia em todas as suas intervenções, de acordo com a cultura da saúde, que seja serviço à pessoa na sua integridade”.
“Pensem no futuro do cirurgião a partir de uma cultura da dedicação ao irmão, especialmente se pobre e marginalizado. É sempre o homem que vive e que morre, que sofre e se cura, não apenas os seus órgãos ou tecidos.”
Ao contrário, advertiu Francisco, existe o risco, mesmo para os médicos, de perder a própria vocação, colocando-se fora dessa aliança terapêutica, que coloca a pessoa doente ou ferida no centro. De fato, ele sinalizou que a medicina moderna tende a se concentrar muito na dimensão física do homem, em vez de considerá-lo na sua totalidade.
“Dessa forma, porém, o corpo se torna um objeto nu de investigação científica e manipulação técnica, em detrimento do paciente, que fica em segundo plano. Em vez disso, a ciência é para o homem, e não o homem para a ciência! Uma ciência humana”, frisou.
A “mão” do cirurgião, antes da tecnologia
Ainda olhando para os eventos atuais, e portanto para as muitas novas tecnologias, em primeiro lugar a Inteligência Artificial, da qual a cirurgia faz uso, o Pontífice recomendou nunca esquecer que nada pode ser feito sem a ‘mão’ do cirurgião: “cirurgia significa ‘trabalho feito com a mão’, ‘operação da mão’. E é exatamente isso: para curar, os cirurgiões precisam ferir, cortar”. Portanto, recomendou aos médicos que, quando tiverem em suas mãos o corpo do homem, criado à imagem de Deus, ajam como “artesãos da saúde”, tratando os outros com o mesmo cuidado com que gostariam de ser tratados.