ENCONTRO COM AUTORIDADES

Papa: Evangelho é única força capaz de extinguir ódios e promover a paz

Francisco destacou papel conciliador de Luxemburgo na história do continente europeu em primeiro discurso de sua 46ª Viagem Apostólica

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco faz seu primeiro durante 46ª Viagem Apostólica / Foto: Vatican Media/IPA/Sipa USA via Reuters Connect

Dando início aos compromissos de sua 46ª Viagem Apostólica, o Papa Francisco fez seu primeiro discurso em Luxemburgo. Após chegar ao país nesta quinta-feira, 26, e realizar uma visita de cortesia ao Grão-Duque Henrique, o Pontífice se encontrou com autoridades, representantes da sociedade civil e membros do corpo diplomático no Cercle Cité.

O Santo Padre iniciou sua fala agradecendo pela acolhida e ressaltou o papel histórico de Luxemburgo no cenário europeu. Após as invasões e ocupações sofridas no século XX, o país destacou-se por seu compromisso com a construção de uma Europa unida e solidária.

“Na primeira metade do século passado, o país foi invadido por duas vezes, sendo privado de liberdade e independência. No entanto, Luxemburgo aprendeu com sua história e, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, destacou-se pelo empenho em construir uma Europa onde cada país, grande ou pequeno, tivesse seu papel respeitado”, afirmou.

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.: Cobertura da 46ª Viagem Apostólica do Papa Francisco

Francisco reiterou que, quando prevalece a lógica da oposição violenta, os países nas fronteiras das nações em conflito acabam sendo fortemente impactados. “Porém, quando a cooperação prevalece sobre a confrontação, esses lugares tornam-se símbolos de uma nova era de paz”, observou, indicando Luxemburgo como exemplo de papel conciliador.

Evangelho, força capaz de extinguir ódios

O Papa também falou sobre a solidez democrática de Luxemburgo, essencial para seu papel internacional. Neste contexto, sublinhou que não é o tamanho territorial ou da população que determina a importância de um país, mas “a construção paciente de instituições e leis sábias que respeitam a dignidade da pessoa e o bem comum, prevenindo discriminações e exclusões”.

Na sequência, voltando-se para a Doutrina Social da Igreja, o Pontífice indicou o cuidado da criação e a fraternidade como pilares do desenvolvimento integral. “O desenvolvimento, para ser autêntico, não deve saquear ou degradar nossa casa comum, nem deixar à margem povos ou grupos sociais”, salientou, pedindo vigilância para que as nações mais pobres sejam ajudadas a superar sua condição a fim de reduzir a emigração forçada.

Além disso, o Santo Padre também chamou a atenção para o ressurgimento de inimizades entre diversos países, inclusive na Europa. “O ser humano, por vezes, esquece as lições da história e repete os erros do passado”, sinalizou, e “para curar essa perigosa esclerose que ameaça as nações, é necessário que os governantes e os povos sejam guiados por elevados valores espirituais, capazes de impedir o retorno aos horrores da guerra”.

Diante disso, Francisco lembrou que o Evangelho tem o poder de transformar o coração humano e reconciliar as partes em conflito. “É a única força capaz de extinguir ódios e promover a paz, mesmo nas situações mais difíceis, salientou.

Servir é a maior nobreza

Segundo o Papa, Luxemburgo pode ser um modelo ao mostrar os benefícios da paz em contraste com os horrores da guerra, bem como os frutos da cooperação internacional frente ao isolamento. “É premente que as autoridades se empenhem em negociações honestas para resolver divergências, com disposição para compromissos que garantam a paz e a segurança para todos”, declarou.

Na conclusão do seu discurso, o Pontífice recordou o lema de sua visita, “Pour servir” (que significa “Para servir”), e ressaltou que servir é a maior nobreza, não apenas para a Igreja, mas para todos aqueles que exercem funções públicas. “Que Deus vos conceda sempre um coração alegre e generoso para servir”, finalizou.

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