No Dia Mundial do Surfe, surfista conta experiência transformadora com esporte e biólogo alerta para poluição dos oceanos e pede conscientização ambiental
Fernanda Lima,
Da Redação
Nesta quinta-feira, 20, comemora-se o Dia Internacional do Surfe. A data, criada pela Surfrider Foundation em 2005, alcança este ano sua 19ª edição, com eventos em vários países. Trata-se de uma organização ambiental sem fins lucrativos que trabalha para proteger e preservar os oceanos, as ondas e as praias do mundo.
Esse esporte aquático possui um cenário enriquecido por uma série de atletas talentosos, tanto no Brasil quanto em âmbito internacional. Foi entre uma onda e outra que João Otávio da Silva, popularmente conhecido como “João Brother”, teve sua vida transformada. “O surfe entrou em minha vida quando era usuário de drogas. Após o meu encontro pessoal com Jesus, voltei para a Igreja e, enquanto surfava, passei a ouvir Deus dentro do mar. Vim de uma família desestruturada e com muitos problemas na adolescência. Durante meu processo de conversão, esse esporte me ajudou muito”, afirmou.
Para João Brother, essa prática esportiva tem auxiliado em sua relação com o Sagrado. “Enquanto estou surfando tenho as melhores conversas com Deus. Fui resgatado por Ele nesse esporte”, destacou.
Desde o nascimento até as ondas, ele continua a surfar com sua família, testemunhando a providência divina nesta incrível trajetória. “Realizo minha missão pregando em retiros com encontros na praia, reflexões e bênçãos das pranchas de surfe”, disse. Hoje, João é palestrante, escritor, missionário ao lado da esposa, pai de oito filhos e compartilha uma história emocionante de superação.
Preservação do meio ambiente
O surfe também está relacionado à sustentabilidade e ao combate à poluição do mar. Mário Moscatelli é biólogo, mestre em ecologia, especialista em gestão e recuperação de ecossistemas costeiros. Ele afirma que iniciativas de práticas sustentáveis acontecem tanto em micro quanto em macroescala. “Ainda são muito reduzidas em comparação à demanda necessária tanto na produção de resíduos quanto do seu recolhimento e reciclagem”, declarou.
De acordo com o biólogo, ainda há muito a ser feito. “Em alguns lugares, avançamos significativamente, mas em outros continuamos em plena revolução industrial em que o ambiente continua sendo a grande lixeira”, reforçou.
Ele ressalta que a cultura local tem prejudicado a preservação das praias no Brasil. “Enquanto a cultura de usar até acabar não for banida por meio de uma educação de ótima qualidade durante uma ou duas gerações, continuaremos ‘secando gelo’. É importante deixar a praia mais limpa do que encontrou”, ressaltou.
Para Mário Moscatelli, a educação de boa qualidade para os mais jovens é uma prática sustentável possível de ser realizada. “Essa educação deve ser perpetuada durante várias gerações, e para os mais velhos é necessário responsabilidade para que não continuem degradando o local”, concluiu.
João Brother afirma que para os surfistas essa é uma prática essencial e que faz uma grande diferença. “Desde 2000, começamos a participar de várias campanhas de limpeza nas praias. Costumamos sempre montar o nosso quiosque na praia, motivando as pessoas a pegar uma sacola e ajudar nessa iniciativa. A grande maioria dos surfistas saem do mar com as mãos cheias de lixo. Ao sair da praia, direcionamos tudo isso para as lixeiras”, explicou.