AUDIÊNCIA GERAL

Papa Francisco na Catequese: sem justiça não há paz

“A justiça” foi o centro da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral. É a segunda das virtudes cardeais

Da redação, com Vatican News

Justiça foi o tema central da catequese do Papa Francisco desta quarta-feira, 3 / Foto: Massimo Valicchia – NurPhoto via Reuters Connect

O Papa Francisco prosseguiu com o ciclo de catequeses sobre vícios e virtudes na Audiência Geral desta quarta-feira, 3, realizada na Praça de São Pedro. O tema deste encontro semanal do Pontífice com os fiéis foi “A justiça”, a segunda das virtudes cardeais, “a virtude social por excelência”, “a virtude do direito, que busca regular as relações entre as pessoas com equidade”.

A justiça é fundamental para a convivência pacífica

A justiça “é representada alegoricamente pela balança, pois visa “igualar as contas” entre os homens, principalmente quando correm o risco de serem distorcidos por algum desequilíbrio. O seu objetivo é que, numa sociedade, todos sejam tratados de acordo com a sua dignidade. Os antigos mestres já ensinavam que para isso são necessárias outras atitudes virtuosas também, como a benevolência, o respeito, a gratidão, a afabilidade, a honestidade: virtudes que contribuem para a boa convivência entre as pessoas”.

“Todos entendemos como a justiça é fundamental para a convivência pacífica na sociedade: um mundo sem leis que respeitem os direitos seria um mundo em que é impossível viver, seria semelhante a uma selva. Sem justiça não há paz. De fato, se a justiça não for respeitada, geram-se conflitos. Sem justiça, a lei do abuso dos fortes sobre os fracos é estabelecida. E isso não é justo.”

Segundo o Papa, “a justiça é uma virtude que atua tanto no grande quanto no pequeno: não diz respeito apenas às salas dos tribunais, mas também à ética que distingue a nossa vida quotidiana. Estabelece relações sinceras com os outros: realiza o preceito do Evangelho, segundo o qual o discurso cristão deve ser: «“Sim, sim”, “Não, não”; o que for além disto vem do Maligno»”.

O homem justo é íntegro, não usa máscaras

“As meias verdades, os discursos sutis que querem enganar o próximo, as reticências que escondem as reais intenções, estas não são atitudes condizentes com a justiça. O homem justo é íntegro, simples e franco, não usa máscaras, apresenta-se como é, fala a verdade.”

A palavra “obrigado” aparece frequentemente nos seus lábios: ele sabe que, por mais que tentemos ser generosos, continuamos em dívida com o próximo. Se amamos é porque fomos amados primeiro também.

Francisco disse ainda que “a virtude da justiça deixa claro — e coloca no coração a exigência — de que não pode haver um verdadeiro bem para mim se não houver também o bem de todos. O homem justo zela pelo seu comportamento para que não prejudique os outros: se comete um erro, pede desculpas. Em algumas situações, ele até sacrifica um bem pessoal para disponibilizá-lo à comunidade”.

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