“Não tenham medo de percorrer novos caminhos e de sujar as mãos em serviço dos mais necessitados”, disse Francisco em discurso aos participantes do 26° Capítulo Geral da Congregação do Santíssimo Redentor
Da Redação com Vatican News
Na semana em que a Congregação do Santíssimo Redentor elegeu um brasileiro como superior-geral, o Pe. Rogério Gomes de 47 anos da cidade mineira de Alterosa, o Papa Francisco também recebeu os missionários de Santo Afonso de Ligório que participam do 26° Capítulo Geral em Roma. Os redentoristas atuam nos cinco continentes com trabalhos que chegam às regiões remotas da Austrália e da África, além das comunidades periféricas da América Latina e da Ásia. O Brasil, por exemplo, é um dos países que atualmente conta com mais redentoristas.
Não tenham medo!
Na ocasião, o Pontífice começou saudando justamente os missionários presentes em 85 países, além daqueles que ainda estão em formação, as religiosas redentoristas, os leigos e toda a família carismática. Desejou ainda, ao novo governo geral, “humildade, unidade, sabedoria e discernimento”. No discurso, lembrou dos 5 temas fundamentais e conectados que estão sendo analisados na assembleia geral para um discernimento comunitário: identidade, missão, vida consagrada, formação e governo.
“Encorajo vocês a ousar, tendo o Evangelho e o Magistério da Igreja como único limite. Não tenham medo de percorrer novos caminhos, de dialogar com o mundo (cf. Const. 19), à luz da sua rica tradição de teologia moral. Não tenham medo de sujar as mãos em serviço aos mais necessitados e às pessoas que não contam”.
Ao lembrar das Constituições dos redentoristas, o Santo Padre citou uma expressão em que os missionários estão sempre “disponíveis” para enfrentar qualquer desafio para levar a todas a redenção de Cristo.
Francisco enalteceu a palavra “disponibilidade” e encorajou todos para se doarem inteiramente à missão, “com todo o coração, dies impendere pro redemptis, até as últimas consequências, com o olhar fixo em Jesus”.
A renovação da missão
Francisco, depois, conduziu o discurso pelo caminho da importância em se renovar a missão da Congregação, não se esquecendo de três pilares fundamentais: “a centralidade do mistério de Cristo, a vida comunitária e a oração”. Abandoná-los é levar a vida consagrada à “esterilidade”, disse o Papa, “à morte do carisma e o fechamento em relação aos irmãos. Em vez disso, a docilidade ao Espírito de Cristo motiva a evangelizar os pobres”.
Essa renovação, recordou o Papa, passa através de “um processo de conversão do coração e da mente, de intensa metanoia, e também através da mudança de estruturas”, o que não é tarefa fácil, disse ele, mas doloroso até para romper tradições hereditadas:
“Quem permanece apegado às próprias seguranças corre o risco de cair na esclerocardia, o que impede a ação do Espírito no coração humano. Ao invés disso, não devemos colocar obstáculos no caminho da ação renovadora do Espírito, antes de tudo nos nossos corações e nos nossos estilos de vida. Só assim nos tornamos missionários de esperança!”