Bispos estavam reunidos virtualmente desde segunda-feira, 25; presidência da CNBB fez balanço das atividades e temas desenvolvidos nos últimos dias
Julia Beck
Da redação
Nesta sexta-feira, 29, foi encerrada a primeira etapa – na modalidade virtual – da 59ª Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A etapa presencial acontecerá entre os dias 29 de agosto e 2 de setembro, em Aparecida (SP).
Na parte da manhã, o episcopado brasileiro divulgou uma mensagem ao povo de Deus intitulada: “Fé, esperança e corajoso compromisso com a vida e o Brasil”. Na sequência, os regionais da CNBB continuaram realizando momentos específicos de escuta em vista da preparação para as próximas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE).
No início da tarde, em coletiva de imprensa, a presidência da CNBB fez um balanço sobre os trabalhos realizados durante estes dias. Participaram do momento: o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de Azevedo; o arcebispo de Porto Alegre (RS) e primeiro vice-presidente da CNBB, Dom Jaime Spengler; e o bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, Dom Joel Portella.
Igreja Sinodal e atualização das DGAE
O tema central das reflexões destes últimos dias foi: “Igreja Sinodal: comunhão, participação e missão”, comentou Dom Walmor. O bispo afirmou que o episcopado brasileiro retomou as DGAE, aprovadas na AG de 2019, e refletiram sobre o que está acontecendo no caminho da Igreja no Brasil e no mundo.
“Tivemos uma experiência muito rica”, disse. Ao redor do tema central, muitos outros surgiram, contou o presidente da CNBB. Tais reflexões têm como objetivo, prosseguiu Dom Walmor, colocar o episcopado brasileiro em sintonia com o Papa Francisco e com o Sínodo dos Bispos, olhando o que mais é preciso ser incluso na DGAE.
O bispo reforçou a necessidade de escuta, por parte da Igreja no Brasil, de todas as pessoas da comunidade de fé – etapa essa proposta e vivida pelo Sínodo. “Queremos ser uma Igreja que tenha diálogo com a sociedade, que tenha consciência de seus desafios e apelos. (…) Tudo isso para anunciar genuinamente o Evangelho de Jesus Cristo”, complementou.
Análise de conjuntura eclesial
Dom Jaime Spengler também destacou que a AG é um momento de comunhão entre os bispos do Brasil. “Esta é a identidade da Conferência”, reforçou. Caminhar com coragem, discernimento, oração e determinação é uma necessidade, indicou o vice-presidente da CNBB.
O bispo destacou dois temas trabalhados: análise de conjuntura social e análise de conjuntura eclesial. Neste último, sublinhou a retrospectiva dos 15 anos do Documento de Aparecida.
Também os 50 anos do documento de Santarém foi recordado pelo episcopado brasileiro nesta AG virtual. “Ele é e foi um marco para a Igreja presente na região amazônica. Foi e continuará sendo uma inspiração junto àquela realidade”.
Conteúdo e forma
O mediador da AG, Dom Joel Portella, reforçou duas características desta assembleia: conteúdo e forma. “Tivemos 40 temas e cada um deles tiveram subdivisões e trataram da vida interna da Igreja e da sua relação com a sociedade”, explicou.
Sobre a forma, o secretário-geral da CNBB comentou que os bispos aprenderam a viver neste formato virtual. “Cada tema teve uma participação muito maior. A tecnologia foi nossa amiga e companheira”.
De acordo com Dom Joel, 318 bispos trataram de quase 40 temas, em 10 sessões em uma média de 7h diárias. “Isso nos mostrou que não saímos desta AG resolvendo os 40 assuntos, mas aprendemos o valor e a importância de ser assembleia e ser Igreja”.
Ele citou a mensagem publicada hoje ao povo de Deus e reforçou a necessidade de olhar as “sombras”, mas também as “luzes” do Brasil.