Surtos da segunda onda da pandemia impactou o continente nas últimas semanas
Da redação, com Reuters
Os países da Europa viram seus números diários de infecção por coronavírus estabelecerem novos recordes nesta quarta-feira, 21, quando o total de casos da Espanha atingiu 1.005.295, tornando-se o primeiro país da União Europeia (UE) a ultrapassar um milhão.
Nas últimas semanas, relatórios diários em muitos países europeus repetidamente quebraram recordes anteriores à medida que o continente sofria o impacto dos surtos da segunda onda da pandemia.
A ministra da Justiça húngara, Judit Varga, disse na terça-feira, 20, que seu teste foi positivo para COVID-19. Na quarta-feira, 21, o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, foi relatado como sendo positivo.
Grã-Bretanha, Polônia, Holanda, Áustria, Croácia, Eslovênia e Lituânia registraram ontem novos casos. A Alemanha registrou mais de 50 infecções por coronavírus por 100.000 habitantes em um período de uma semana, o primeira vez que o país violou seu próprio limite crítico para enfrentar a pandemia.
O número diário de casos confirmados da Polônia ultrapassou a marca de 10.000 pela primeira vez na quarta-feira, chegando a 10.040, com 130 mortes. A contagem de casos confirmados de covid-19 no país subiu para 202.579, enquanto 3.851 pessoas morreram desde o início da pandemia.
O Reino Unido relatou 26.688 casos diários de coronavírus na quarta-feira, o maior número de todos os tempos, elevando o número total de casos do país para 789.229. Enquanto isso, as mortes relacionadas ao coronavírus na Grã-Bretanha aumentaram em 191 para 44.158, de acordo com dados oficiais.
South Yorkshire, na Inglaterra, onde as taxas de casos de infecções estão entre as mais altas do país, passando de 285 a 402 pessoas por 100.000 habitantes, mudará seu nível de alerta local para o nível de restrição máxima a partir de sábado, anunciou o Departamento Britânico de Saúde e Assistência Social.
As infecções por covid-19 na Holanda continuaram subindo e atingiram um novo recorde diário de 8.764 casos em um período de 24 horas, elevando o total do país para 253.134. Cinquenta e nove pacientes morreram nas últimas 24 horas, e o número total de mortos chegou a 6.873.
A Áustria relatou seu maior aumento diário de casos, visto que mais 1.958 pessoas tiveram resultado positivo nas últimas 24 horas. Atualmente, há 960 pessoas hospitalizadas para tratamento do coronavírus, 147 delas em unidades de terapia intensiva.
A Croácia e a Eslovênia também relataram sua nova alta de 1.424 e 1.504 novos casos, respectivamente, nas últimas 24 horas.
“O vírus está se espalhando dinamicamente por toda a Europa”, afirmou o site de informações sobre coronavírus do governo húngaro, ao divulgar o novo número de 1.423 casos em um período de 24 horas. Acrescentou que o objetivo do governo é manter o funcionamento do país e não permitir que o vírus paralise a vida cotidiana.
Para conter a disseminação do coronavírus e evitar um segundo bloqueio, muitos países europeus introduziram medidas mais rígidas.
O governo lituano decidiu ontem colocar 12 municípios sob um bloqueio de duas semanas a partir de 26 de outubro devido a um aumento nas infecções. A Lituânia relatou 311 casos na terça-feira, o maior aumento diário desde que o país confirmou seu primeiro caso em 28 de fevereiro.
O governo tcheco decidiu fechar a maioria das lojas e serviços no país e restringir estritamente o movimento de residentes a partir de quinta-feira para conter uma das taxas de infecção que mais cresce no mundo. Na terça-feira, 20, o país notificou 11.984 novos casos de covid, o maior número diário desde o surto da pandemia.
O governo austríaco introduziu restrições, incluindo um limite de reuniões internas para seis pessoas e permitindo que os estados imponham restrições regionais, como toque de recolher. Essas medidas entrarão em vigor na sexta-feira, 23, e valerão por pelo menos quatro semanas.
Para aliviar a carga sobre seu sistema de saúde, o governo polonês está construindo um hospital temporário com 500 leitos, com possibilidade de expansão para 1.000, no Estádio Nacional.
Enquanto o mundo é pego pela segunda onda da pandemia, países como França, Itália, China, Rússia, Grã-Bretanha e Estados Unidos estão correndo para encontrar uma vacina. De acordo com o site da Organização Mundial de Saúde, em 19 de outubro, havia 198 vacinas candidatas sendo desenvolvidas em todo o mundo, e 44 delas estavam em ensaios clínicos.