Na homilia de hoje, Papa Francisco alertou sobre atitudes perigosas: “deixar Deus de lado e lavar as mãos”
Da Redação, com Vatican News
Duas atitudes dos cristãos mornos – “colocar Deus num canto e lavar as mãos” – são perigosas, “é como desafiar a Deus”. Esse foi o pensamento central da homilia do Papa Francisco nesta segunda-feira, 16, na Casa Santa Marta. O Pontífice frisou que, se Deus colocasse o homem em um canto, este nunca entraria no Paraíso e ai dele se Deus lavasse suas mãos para com a humanidade.
Essa foi a forma do Pontífice interpretar o Evangelho de Mateus proposto pela liturgia do dia, que fala do diálogo entre Jesus e os chefes dos sacerdotes, que lhe perguntam com que autoridade ele ensina no templo.
Jesus, recorda o Papa, exortava as pessoas, as curava, ensinava e realizava milagres, e assim deixava os chefes dos sacerdotes nervosos, porque, com sua doçura e a dedicação ao povo, atraía todos a Si. Enquanto eles, os funcionários, eram respeitados pelas pessoas, que no entanto não se aproximavam, porque não tinham confiança neles.
Então planejam “colocar Jesus de escanteio”. E perguntam a ele, recorda Francisco: “Com que autoridade fazes estas coisas?”. De fato, “tu não és um sacerdote, um doutor da lei, não estudaste em nossas universidades. Tu não és nada”.
Na resposta a Jesus, “eles lavam as mãos”
Jesus, com inteligência, responde com outra pergunta e coloca os principais sacerdotes de escanteio, perguntando se João Batista batizava com uma autoridade que lhe vinha do céu, ou seja, de Deus, ou dos homens.
Mateus descreve o raciocínio deles, reproposto pelo Pontífice: ‘Se dissermos: ‘Do céu’, ele nos dirá: ‘Por que não acreditastes nele?’ Se dissermos: ‘Dos homens’, temos medo do povo”. E eles lavam as mãos e dizem: “Nós não sabemos”. Isso, comenta o Papa Francisco, “é a atitude dos medíocres, dos mentirosos da fé”.
“Não apenas Pilatos lavou as mãos, também esses lavam as mãos: “Não sabemos”. Não entrar na história dos homens, não se envolver nos problemas, não lutar para fazer o bem, não lutar para curar tantas pessoas que precisam … Melhor não. Não vamos nos sujar”.
Duas atitudes dos cristãos “à água de rosas”
É assim que Jesus responde, continua o Papa, “com a mesma música: ‘Também eu não vos digo com que autoridade faço isto'”.
“Estas são duas atitudes de cristãos mornos, de nós – como dizia a minha avó – “cristãos de água de rosas”; cristãos assim: sem consistência. Uma atitude é colocar Deus no canto: “Ou você me faz isso ou eu não vou mais a uma igreja”. E o que responde Jesus? “Vai, vai. Vire-se”.
Todos os cristãos que entram na confraria de São Pilatos
A outra atitude dos cristãos mornos, esclarece Francisco, é lavar-se as mãos, como os discípulos de Emaús naquela manhã da Ressurreição. Vêem as mulheres alegres porque viram o Senhor, não confiam, porque as mulheres “são muito imaginativas”, e lavam-se as mãos. Assim entram na confraria “de São Pilatos”.
“Muitos cristãos lavam-se as mãos diante dos desafios da cultura, dos desafios da história, dos desafios das pessoas do nosso tempo, também diante de desafios menores. Quantas vezes ouvimos o cristão avaro diante de uma pessoa que pede esmola e não dá: “Não, não, eu não dou porque depois ficam bêbados”. Lavam as mãos. Eu não quero que as pessoas se embebedem e não dou esmolas. “Mas ele não tem o que comer…” – “Problema seu: eu não quero que fique bêbado.” Ouvimos isso muitas vezes, muitas vezes. Colocar Deus no canto e lavar-se as mãos Dele são duas atitudes perigosas, porque é como desafiar Deus. Pensemos no que aconteceria se o Senhor nos colocasse no canto. Nunca entraríamos no paraíso. E o que aconteceria se o Senhor lavasse as mãos para conosco? Pobrezinhos”.
Essas são, conclui o Pontífice, “duas atitudes hipócritas de educados”. “Não, isso não. Eu não me envolvo”, assim o Papa Francisco dá voz aos hipócritas educados, “eu coloco as pessoas no canto, porque são pessoas sujas”, “eu lavo as minhas mãos diante disto porque é problema deles”. Vejamos, é o seu último convite, “se há algo assim em nós vamos jogar fora essas atitudes para dar lugar ao Senhor que vem”.