Francisco enfatizou que a justiça é indispensável para o correto funcionamento da vida pública
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
A justiça é uma virtude, é um traje a ser usado sempre, pois influencia propósitos e ações concretas. Essas foram palavras do Papa Francisco ao receber neste sábado, 9, membros da Associação Nacional de Magistrados da Itália, por ocasião dos 110 anos de sua fundação.
Francisco destacou o importante trabalho da associação do que diz respeito à administração da justiça, observando o trabalho dos magistrados com a promoção dos valores constitucionais, bem como vigilância das regras democráticas e serviço ao bem comum.
No discurso aos presentes, o Papa também destacou o valor primário da justiça, “indispensável para o correto funcionamento de todo âmbito da vida pública e para que cada um possa conduzir uma vida serena”.
Ele lembrou que a tradição filosófica apresenta a justiça como uma virtude cardeal por excelência. Nesse sentido, a justiça é uma virtude, não é um traje ocasional para se vestir apenas para as festas, mas para ser usado sempre, uma vez que influencia não somente as escolhas concretas, mas também os propósitos. E é dita virtude cardeal porque indica a direção correta. “Sem justiça, toda a vida social fica bloqueada”.
Assim sendo, o Papa destacou ainda que todas as energias positivas presentes no corpo social devem contribuir para a justiça, porque essa se coloca como requisito principal para conseguir a paz.
“Em um tempo no qual muitas vezes a verdade é falsificada, e somos quase envolvidos em um turbilhão de informações fugazes, é necessário que vocês sejam os primeiros a afirmar a superioridade da realidade sobre a ideia; de fato, a realidade simplesmente é, enquanto que a ideia se elabora”.
Francisco exortou ainda os magistrados a oferecer um sinal de dedicação sem interesses, tendo em vista um contexto social em que sempre mais parece normal a busca do interesse individual em detrimento do coletivo. Também pediu que eles procurem sempre respeitar a dignidade de cada pessoa, sem discriminações e com um olhar de bondade.
“Que a elevada inspiração moral, expressa com nitidez no seu Código Ético, anime sempre a ação de vocês, para que sejam bem mais do que funcionários, mas modelos diante de todos os cidadãos, em particular para os mais jovens”, concluiu o Papa.