Campanha Janeiro Branco começou em 2014 em Uberlândia
Denise Claro
Da redação
Durante todos os meses do ano, campanhas com cores são realizadas para conscientizar a população sobre assuntos importantes. Outubro é o mês rosa, dedicado ao câncer de mama. Novembro é a vez dos homens, com o Novembro Azul, que trata do câncer de próstata.
Em janeiro, desde 2014, o Brasil reflete sobre o cuidado com a saúde mental e emocional. É o Janeiro Branco, campanha que nasceu na cidade de Uberlândia (MG).
O psicólogo e idealizador da Campanha Janeiro Branco, Leonardo Abrahão, explica o sentido da Campanha:
“Escolhemos o mês de janeiro para a mobilização pelo fato de que, em termos culturais e simbólicos, no início do ano as pessoas estão mais predispostas a pensar sobre as suas vidas em diversos aspectos. A cor branca simboliza uma tela em branco, queremos incentivá-las a desenhar novas possibilidades em suas vidas e a ser autoras das suas histórias.”
O especialista afirma que a importância de se discutir o tema está no fato de que a falta de uma cultura da Saúde Mental na humanidade tem produzido seríssimos prejuízos para a população.
“Taxas crescentes de transtornos mentais e de suicídios, altos índices de violência e preocupantes sintomas de que os indivíduos têm dificuldades para encontrar um sentido saudável para a sua existência e para os seus relacionamentos. Sem esta popularização do conceito de psicoeducação não haverá solução para os problemas da humanidade.”
Em sua 6ª edição, a Campanha tem como tema “Quem cuida da mente, cuida da vida” , e em sua programação, a nível nacional e internacional para este mês, ações que buscam difundir o conceito ampliado de saúde mental e emocional, como um estado de equilíbrio, sem o qual não é possível viver satisfatoriamente em sociedade.
“Em várias cidades do Brasil, milhares de profissionais da Saúde e cidadãos despertados para a importância da Saúde Mental em suas vidas realizarão palestras relâmpago, caminhadas, rodas de conversa, panfletagens, entrevistas e blitz da Saúde Mental em praças, parques, praias, empresas, igrejas, escolas, prefeituras, shoppings e residências do país, sempre lembrando às pessoas que ‘quem cuida da mente, cuida da vida’ e as convidando para vidas mais saudáveis e com mais saúde mental.”
Importância da ajuda psicológica
Abrahão lembra que, quando necessário, o acompanhamento com um psicólogo pode oferecer suporte, recurso e possibilidades que indivíduos e instituições não encontrariam em nenhuma outra relação ou prestação de serviços.
“Os psicólogos possuem conhecimentos, técnicas e metodologias de trabalho que ampliam, de maneira significativa e comprovada, as visões sobre a vida e os potenciais de elaboração por parte daqueles que os procuram. Há processos humanos nos quais apenas outros seres humanos, devidamente habilitados, podem prestar ajuda a quem precisa. Independentemente do assunto que leva uma pessoa a precisar reelaborar ou a ressignificar a sua relação consigo mesmo e/ou com o mundo, os psicólogos estão aptos a contribuírem com este processo, tanto de forma preventiva quanto de forma terapêutica.”
Os tipos de sociedade que se desenvolveram nos últimos séculos, aceleradas e focadas, de forma obsessiva, em números, metas e índices de produtividade e imposições de consumo, levou à necessidade de uma orientação fundamental à Saúde Mental dos indivíduos que precisam buscar sentido para suas vidas, e respeitar suas necessidades subjetivas e psicológicas. Os profissionais atualmente entendem que afeto, presença, propósito de vida e paz espiritual são tão ou mais importantes que trabalho, dinheiro, posses e metas a serem atingidas.
Abrahão afirma que é importante detectar a hora certa de buscar ajuda profissional psicológica:
“Uma forma bastante reveladora de se reconhecer transtornos mentais ou emocionais é avaliar o quanto certos comportamentos, certas escolhas e/ou certas reações dos indivíduos são funcionais ou disfuncionais em suas vidas e em seus relacionamentos (pessoais e sociais). Em outras palavras, o quanto as suas maneiras de lidar consigo mesmos, com as questões da vida e com as pessoas ao seu redor têm produzido equilíbrios ou prejuízos em suas existências.”