Dissolução do Parlamento e destituição dos líderes da Catalunha iniciaram efetivamente nesta segunda-feira, 30
Da redação, com ANSA
O governo da Espanha começou nesta segunda-feira, 30, a controlar a região da Catalunha após a destituição de todos os seus líderes na última sexta-feira, 27. De acordo com dados oficiais, cerca de 150 funcionários deixarão seus postos nos ministérios e no Parlamento catalão a partir de hoje.
Mariano Rajoy autorizou apenas que os ex-dirigentes da região fossem ao Parlamento para retirar seus pertences pessoais. A medida causou resistência, e em um dos casos, necessitou da intervenção de agentes da Mossos d’Esquadra, a polícia local. O ex-presidente da região, Carles Puigdmont, e seu então vice, Oriol Junqueras, não se manifestaram ainda sobre o controle efetivo. De acordo com a mídia espanhola, Puigdemont pode ser preso se for à instituição hoje.
Em carta publicada no jornal catalão “Ara”, o embaixador da Catalunha na União Europeia, Amadeu Altafaj, anunciou sua demissão do cargo. Segundo a carta, o político considera esse um “momento triste” para região e destacou que “muitos catalães se sentiram desiludidos com a União Europeia”, que em nenhum momento apoiou a declaração de independência da região.
“Quero dizer, porém, que a Europa é nossa, que a Europa também somos nós, os 7,5 milhões de catalães. E, por isso, devemos reivindicar com firmeza a Europa que queremos, uma Europa diferente na qual cidadãos e nações possam ser protagonistas, não atores em segundo plano”, escreveu Altafaj.
A crise na Catalunha se agravou na última sexta-feira, 27, quando o Parlamento catalão aprovou uma resolução de independência da Espanha. Pouco tempo depois, o Senado aprovou o pedido do governo Rajoy de ativar o artigo 155, que retirou temporariamente a autonomia da Catalunha, destituiu seus líderes, dissolveu o Parlamento e colocou um representante de Madri no comando da região.
No sábado, o governo anunciou que a vice-premier, Soraya Sáenz de Santamaria, seria a nova presidente da Catalunha até as eleições marcadas para o dia 21 de dezembro. Já os ministros espanhóis assumiriam também as mesmas pastas na Catalunha até o pleito. No entanto, os líderes catalães não aceitaram a decisão e informaram que continuariam a fazer o processo de separação de Madri, com a convocação de eleições da “nova República”.
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