É preciso parar o horror e manter viva a esperança, diz Dom Mario Zenari frente aos seis anos de guerra na Síria
Da Redação, com Rádio Vaticano em italiano
A guerra na Síria completa nesta quarta-feira, 15, seis anos. Nessa mesma data, em 2011, começavam as manifestações contra o regime do presidente Bashar al-Assad, o que deu início à onda de conflitos que já causou centenas de mortes e milhões de refugiados.
Com seis anos de guerra, a ONU definiu o conflito sírio como o pior desastre causado pelo homem deste a Segunda Guerra Mundial. Enquanto isso, no Casaquistão, está em andamento a terceira rodada de negociações organizadas pela Rússia, para a qual são convidados, entre outros, membros da oposição e do governo de Damasco.
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“Este sofrimento, tudo isso que aconteceu nestes seis anos, comparo a uma onda, quase um tsunami de violência, de atrocidade que se derramou sobre a população civil. Para mim, que vivi o Tsunami no Sri Lanka, reportarei esta imagem aqui na Síria”, afirma o núncio apostólico na Síria, Cardeal Mario Zenari.
O cardeal relata que o sofrimento da população é indescritível, sobretudo quando se olha para os mais frágeis, como crianças e mulheres. A destruição não é somente dos palácios, mas de almas, do psicológico das crianças, das famílias. “Os homens ou estão mortos ou estão na guerra e o peso da família ficou para as mulheres e crianças, não desfrutam mais da alegria familiar, da proteção familiar”, conta.
Diante desse cenário de dor e destruição, Dom Zenari diz que é preciso alimentar e manter forte a esperança. Os encontros de Genebra foram retomados e o povo está entre a esperança e o ceticismo depois de tantos encontros que nada produziram. Mesmo assim, é preciso ter viva a esperança.
“Ao menos rezemos e desejemos que 2017 possa ser o ano da mudança. Isso não quer dizer que em duas semanas possa estar tudo resolvido, mas ao menos conseguir parar essa descida para o horror e procurar sair deste abismo em que caiu a Síria. E com a ajuda da comunidade internacional desejamos que se possa ver uma mudança rumo à reconciliação, à paz, à reconstrução”.