Na homilia de hoje, Francisco destacou a importância da escuta da Palavra de Deus; quem fala demais e ouve pouco é um “pseudocristão”, um “pseudopastor”
Da Redação, com Rádio Vaticano
Na Missa desta quinta-feira, 25, o Papa Francisco se dedicou à distinção entre os verdadeiros pregadores do Evangelho e os “pseudoprofetas”. O Santo Padre enfatizou a importância não só de falar e fazer, mas de ouvir. É preciso ouvir a Palavra de Deus para edificar as obras sobre essa rocha.
Francisco elencou três palavras-chave para compreender a diferença entre os verdadeiros pregadores do Evangelho e os falsos profetas: falar, fazer e ouvir. Jesus chegou a advertir os discípulos sobre os falsos profetas e disse: “Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus”:
“Esses falam, fazem, mas lhes falta outra atitude, que é a base, que é o próprio fundamento do falar, do fazer: a eles falta o ouvir. O binômio falar-fazer não é suficiente, engana-nos tantas vezes. E Jesus muda e diz: o binômio é outro, ouvir e fazer, colocar em prática. ‘Quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática será semelhante a um homem sábio que edificou a sua casa sobre a rocha’”.
Pelo contrário, lembrou o Papa, quem ouve as palavras, mas as deixa passar será como aquele que constrói sobre a areia. São pessoas que falam, fazem prodígios, mas não têm o coração aberto para ouvir a Palavra de Deus. Eles têm medo do silêncio da Palavra de Deus, são os “pseudocristãos”, os “pseudopastores”.
“Falta-lhes a rocha do amor de Deus, a rocha da Sua Palavra. Sem essa rocha não podem profetizar, não podem construir: fazem de conta, porque no final tudo desaba. São os pseudopastores, os pastores mundanos, os pastores ou cristãos que falam muito, que têm medo do silêncio, talvez fazem muito, mas são incapazes de construir dessa escuta, fazem a partir do que falam, não de Deus”.
O Papa pediu que os fiéis se lembrem dessas três palavras – fazer, ouvir e falar –, pois uma pessoa que só fala e faz não é um verdadeiro profeta, não é um verdadeiro cristão e, no fim, tudo irá desabar, pois não estão fundamentadas na rocha do amor de Deus.
“Uma pessoa que sabe ouvir e depois de ouvir faz, com a força da palavra de outro, não da sua, essa pessoa permanece firme, não obstante seja humilde, não seja importante. Existem muitas dessas pessoas grandes na Igreja! Quantos bispos, sacerdotes e fiéis grandes que sabem ouvir e depois de ouvir agem!”
O Papa citou como exemplo dos dias atuais Madre Teresa de Calcutá, que não falava, mas, no silêncio, sabia escutar e fez muito. “Nem ela nem sua obra desabaram. Os grandes sabem ouvir e depois fazem, porque a sua confiança e a sua força estão na rocha do amor de Jesus Cristo. A fraqueza de Jesus, que de forte se fez fraco para nos tornar fortes, nos acompanhe nesta celebração e nos ensine a ouvir e a construir dessa escuta, não de nossas palavras”, concluiu Francisco.