Francisco falou à plenária do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos destacando necessidade de valorizar o “ecumenismo de sangue”
Da Redação, com Rádio Vaticano
Caminhar juntos, conhecer e amar o Senhor, colaborando em comunhão no serviço e na solidariedade com os mais fracos e sofredores. Foi o que pediu o Papa Francisco aos participantes da Plenária do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, recebidos em audiência na tarde desta quinta-feira, 20, na Casa Santa Marta.
Nas palavras do Pontífice, esteve presente o convite para valorizar e reconhecer também o ecumenismo de sangue, ou seja, o testemunho de sangue de quem segue Cristo até o sacrifício da própria vida.
“A busca da plena unidade dos cristãos permanece como uma prioridade para a Igreja Católica. Ela é, antes de tudo, um dom de Deus e é obra do Espírito Santo, mas todos somos chamados a colaborar sempre e em todas as circunstâncias”, disse o Pontífice.
Francisco ressaltou a forte “mudança de mentalidade” realizada graças ao texto da Unitatis redintegratio, decreto sobre ecumenismo, assim como ao ensinamento do Concílio Vaticano II, mas convidou também as associações, movimentos, institutos de vida consagrada a se comprometerem mais neste tempo, para que seja plenamente cumprida a oração de Jesus ao Pai, antes de sua paixão: “que todos sejam um”.
“Enquanto damos graças, devemos reconhecer que entre nós, cristãos, ainda somos divididos, e que divergências sobre novos temas antropológicos e éticos tornam mais complicado o nosso caminho em direção à unidade. Todavia, não podemos ceder ao desconforto e à resignação, mas continuar a confiar em Deus que coloca nos corações dos cristãos sementes de amor e de unidade, para enfrentar com renovado vigor os desafios ecumênicos de hoje: cultivar o ecumenismo espiritual, valorizar o ecumenismo de sangue, caminhar juntos na via do Evangelho”.
O Papa disse ser necessário aprender a valorizar o “ecumenismo do sangue”, isto é, saber reconhecer nos irmãos e nas irmãs de outras Igrejas e Comunidades a capacidade de dar testemunho de Deus até o sacrifício da vida.
“Tais testemunhos nunca faltaram nestes cinquenta anos e continuam também nos nossos dias. Cabe a nós acolhê-los com fé e deixar que a sua força nos impulsione a nos converter a uma fraternidade sempre mais plena. Aqueles que perseguem Cristo nos seus fiéis não fazem diferença de confissão: os perseguem simplesmente porque são cristãos”. ,
A plenária do Pontifício Conselho acontece até esta sexta-feira, 21, no Vaticano. O evento tem como tema “A meta do ecumenismo: princípios, oportunidades e desafios a 50 anos da Unitatis redintegratio”.