Dando continuidade à reflexão sobre o batismo, Francisco falou do aspecto discípulo missionário de todos os batizados que devem transmitir a fé
Jéssica Marçal
Da Redação
Papa Francisco reuniu-se com os fiéis, na Praça São Pedro, nesta quarta-feira, 15, para a tradicional audiência geral. Ainda falando sobre o batismo, como na catequese passada, Francisco destacou que este sacramento torna o homem membro do Corpo de Cristo e do povo de Deus.
Acesse
: Íntegra da catequese
O Santo Padre lembrou que da mesma forma como se transmite a vida de geração em geração, assim acontece com a graça transmitida pela fonte batismal.
A partir do exemplo dos discípulos, que com as palavras de Jesus começaram a batizar os povos, até hoje há uma sequência de fé transmitida pelo batismo. “Como um rio que irriga a terra, é assim a graça de Deus à nossa fé, e devemos transmiti-la às crianças para que essas, quando adultas, possam transmiti-la a seus filhos”.
É também com este sacramento que o ser humano se torna discípulo missionário, chamado a anunciar o Evangelho, explicou o Papa. Segundo ele, a nova evangelização deve implicar um novo protagonismo de cada um dos batizados. “O povo de Deus é um povo discípulo, porque recebe a fé; e missionário, porque a transmite. Isso faz o batismo em nós: doa-nos a Graça e transmite a fé”.
Outro aspecto destacado por Francisco foi a vida do povo de Deus em uma só comunidade, que experimenta a beleza de partilhar a experiência de um amor que precede a todos. Ao mesmo tempo, disse, esse amor pede para que cada um seja canal de graça para o outro, apesar das limitações e pecados.
Como exemplo, o Pontífice citou a história da comunidade cristã no Japão. Mesmo sob dura perseguição, no início do século XVII, quando milhares de fiéis foram mortos e forçados a viver como clandestinos, a comunidade conservou a fé e a oração, batizando seus filhos em segredo para continuar transmitindo-lhes a fé. Após dois séculos e meio, a Igreja, nesse país, pôde renascer e estava formada por milhares de fiéis.
“Tinham sobrevivido com a graça de seu Batismo! Mantiveram, mesmo em segredo, um forte espírito comunitário, porque o Batismo os tornou um só corpo em Cristo: foram isolados e escondidos, mas foram sempre membros do Povo de Deus, membros da Igreja. Podemos aprender tanto com esta história!”, concluiu.