Abertura da Olimpíada 2016 será logo mais à noite; evento esportivo também pode promover fraternidade e educação
Jéssica Marçal
Da Redação
O mundo todo se prepara para assistir ao tão aguardado espetáculo da cerimônia de abertura da Olimpíada Rio 2016 nesta sexta-feira, 5, logo mais, às 20h. Considerado o maior evento esportivo do planeta, as Olimpíadas carregam em si também o caráter fraterno, já que unem, através do esporte, os cinco continentes da Terra.
O filósofo Eduardo Nunes acredita que um grande evento como as Olimpíadas é significativo no sentido de promover a união e trazer sentimento de paz e unidade entre os povos. Essa unidade está expressa na própria bandeira olímpica, formada por cinco anéis entrelaçados que representam os cinco continentes.
Eduardo acrescenta que o caráter fraterno atribuído aos jogos olímpicos também se deve ao fato de que, na maioria das vezes, a relação entre os atletas é pautada por verdadeiros valores e sentimentos nobres, quesitos dos quais o homem pode acabar se distanciando ao longo da vida.
“No momento da competição, na maioria dos casos, o atleta está desprovido de qualquer bem material que possa gerar algum tipo de ostentação, naquele momento existe apenas ELE. Honra, lealdade, dignidade, coragem, superação dizem muito à nossa alma e quando os vejo presentes em alguém é como se eu reconhecesse a minha própria essência no outro. Isso gera a proximidade, fraternidade, solidariedade, independente da natureza do evento”, afirma Eduardo.
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A fraternidade foi justamente o aspecto destacado pelo Papa Francisco na mensagem que enviou ao Brasil por ocasião da Olimpíada. O Santo Padre lembra que o mundo está sedento de paz, tolerância e reconciliação. “Faço votos de que o espírito dos Jogos Olímpicos possa inspirar a todos, participantes e espectadores, a combater o bom combate e a terminar juntos a corrida”.
Legado das Olimpíadas
Na mensagem, o Papa também recorda, nas entrelinhas, a crise pela qual passa o Brasil, e por isso disse: “desejo que esta seja uma oportunidade para superar os momentos difíceis e comprometer-se a ‘trabalhar em equipe’ para a construção de um país mais justo e mais seguro”.
Eduardo explica que a palavra “crise” nunca foi tão divulgada como hoje. Problemas como desemprego, instabilidade econômica e corrupção fazem questionar se o Brasil realmente deveria sediar um evento dessa magnitude, um questionamento que surgiu também na época da Copa do Mundo em 2014. Mas, segundo ele, é preciso separar as coisas.
“Os atletas não administram o dinheiro público. Estamos a poucos momentos do início das Olimpíadas no Brasil. Os competidores deram o seu melhor para poder participar, foram grandes superações, exaustão, suor e sangue. (…) Creio que a exemplo desses jovens guerreiros, homens e mulheres que carregam a chama da fé, da esperança, a ousadia, espírito olímpico, os valores, a união entre os povos, a fraternidade, dentre outros, devem ser o grande legado humano que as olimpíadas vão deixar para o Brasil”.
Para além da promoção fraterna, essa olimpíada também pode auxiliar na educação do país. O professor Paulo Vasques vai participar do evento como voluntário médico e acredita que essa será uma oportunidade de mostrar que o Brasil não é só o país do futebol.
“Nós somos o país do futebol, do vôlei, do basquete, da natação, da ginástica olímpica. Isso cria nas nossas crianças esse desejo de participar dessas modalidades também. Não é só mais um campinho de futebol e isso é muito bom. O esporte nos ajuda em termos de educação para a vida, porque ensina que a gente tem que viver sob regras, respeitar as pessoas do nosso time, do nosso oponente, trabalhar em grupo, isso tudo são ensinamentos para a vida”.