Pesquisa aponta que 59% dos adolescentes americanos não conseguem largar seus celulares
Reuters
Metade dos adolescentes dos Estados Unidos se sentem viciados em seus celulares, com a maior parte deles verificando os aparelhos pelo menos a cada hora e se sentindo pressionado a responder mensagens imediatamente, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira, 3.
A maior parte dos pais está preocupada com o assunto, com 59% dos que têm filhos com idades entre 12 e 18 anos afirmando que eles não conseguem largar seus celulares. A pesquisa ouviu 1.240 pais e crianças e foi realizada pelo Common Sense Media.
As descobertas do grupo sem fins lucrativos, que foca nos efeitos da mídia e da tecnologia em crianças, ressaltaram a tensão que o uso intenso dos dispositivos podem causar.
Cerca de um terço dos consultados afirmaram que brigam todos os dias sobre o uso de celulares.
“Está causando conflitos diários em casa”, disse o fundador e presidente-executivo do Common Sense Media, James Steyer, em comunicado.
Vício em internet
A pesquisa é a mais recente indicação de que as famílias norte-americanas estão enfrentando dificuldades para equilibrar o uso de celulares em uma era de tecnologia em rápida evolução. O levantamento também ressalta o debate sobre o vício em Internet e suas consequências.
Segundo o Common Sense Media, o hábito de realizar múltiplas tarefas ao mesmo tempo pode afetar a capacidade de formação de memórias e a falta de interação humana pode tornar mais difícil o desenvolvimento de empatia.
Crianças dos EUA com idades entre 8 e 12 anos passam seis horas por dia consumindo mídia, enquanto jovens com idades entre 13 e 18 anos passam quase nove horas por dia, segundo o grupo.
Mau exemplo
Adolescentes não são a única causa de preocupação, segundo a pesquisa, que tem margem de erro de 4 pontos percentuais. Pais também estão assumindo grandes riscos.
Cinquenta e seis por cento dos adultos consultados afirmaram que verificam seus celulares enquanto estão dirigindo e mais da metade dos adolescentes afirmaram que veem seus pais fazendo isso.
“Descobrimos que pais e filhos estão se sentindo viciados em seus dispositivos móveis”, disse Steyer.