País sofreu com o nazismo, durante a Segunda Guerra Mundial, e deu ao mundo um Papa, o primeiro polonês da história
Letícia Barbosa
Da Redação
Em julho deste ano, a Polônia sedia a 29ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ), com o tema “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” (Mt 5,7). O país foi anunciado como sede do evento pelo Papa Francisco no dia 28 de julho e 2013, na Missa de envio da última edição da Jornada, no Rio de Janeiro.
Fique por dentro de algumas informações úteis e históricas do país:
Principais informações
Tendo como capital a cidade de Varsóvia, a Polônia possui uma população de mais de 38 milhões de habitantes espalhados em uma superfície de mais de 312 mil km2. O dialeto oficial é o polaco, e o regime político consiste em uma república parlamentar. A moeda é zlóti polaco.
Constituição
Considerada a primeira constituição codificada da Europa moderna e a segunda do mundo após a americana, a Constituição da República das Duas Nações foi adotada em 3 de maio de 1791.
A bandeira
A bandeira possui o formato retangular nas cores do brasão polonês: branco e vermelho. Uma variante da bandeira com o brasão de armas no meio da faixa branca também é usado. A cor branca tradicionalmente simboliza prata, água, pureza e virgindade; e o vermelho é o símbolo do fogo, da coragem e bravura. Desde o dia 2 de maio de 2004, a imagem representada acima foi declarada como bandeira oficial.
Modernidade
No ano de 1543, o astrônomo Nicolau Copérnico publicou a obra De Revolutionibus Orbium Coelestium, lançando as bases para a astronomia moderna. O cientista polonês apresentou uma teoria heliocêntrica ao afirmar que é a Terra que orbita o sol, e não o contrário, como se acreditava anteriormente. A partir de então, considera-se o fim da Idade Média na ciência, mudando profundamente a percepção do mundo, influenciando questões religiosas, políticas e filosóficas.
Tolerância religiosa
A partir do dia 28 de janeiro de 1573, foi garantida aos polacos a paz incondicional e permanente entre as diferentes denominações, direitos iguais para dissidentes religiosos e da pequena nobreza católica, e consagrada a liberdade de consciência e tolerância.
A Polônia e o Cristianismo
Em 966, as terras polonesas passaram pelo processo de cristianização a partir do batismo do primeiro Duque da Polônia, Mieszko I, fazendo com que o país pertencesse à esfera ocidental da cultura cristã. Mas só no ano 1000, a Polônia passou a ser diretamente subordinada ao Papa. Na época, o imperador foi presenteado com as relíquias de São Adalberto, o primeiro mártir polonês. Segundo dados do Central de Inteligência Americana (CIA), atualmente a Polônia possui 87% da população católica; 1,3% ortodoxa, 0,4% protestante e 10% não especificadas.
Karol Wojtyla
A Polônia já deu ao mundo um Papa: Karol Wojtyla, o Papa João Paulo II, nasceu em 18 de maio de 1920, na cidadezinha polonesa de Wadowice. Com a morte de João Paulo I, iniciou-se, em 1978, um Conclave, no qual Wotjyla foi eleito e escolheu o nome João Paulo II. Tornou-se oficialmente o 263° Sucessor de Pedro, no dia 22 de outubro de 1978, e o primeiro Bispo de Roma não italiano em 455 anos. João Paulo II morreu em 2 de abril de 2005, aos 84 anos. Foi beatificado em maio de 2011, pelo então Papa Bento XVI, e canonizado em abril de 2014, pelo Papa Francisco.
Karol Wojtyla e a II Guerra Mundial
Em 1939, Hitler invadiu a Polônia, eclodindo a Segunda Guerra Mundial. Naquela época, Karol queria ser ator e, segundo relatos, tinha muito talento para isso. Interpretava com paixão textos épicos de autores poloneses. O jovem de 19 anos era forte e atlético, mas nunca teve vocação para a violência. Ele queria ajudar a Polônia a vencer a guerra, mas estava decidido a fazer isso “ganhando os espíritos”. O teatro nacionalista seria sua arma.
Foi uma surpresa para todos os seus amigos quando ele anunciou, em 1942, que queria ser padre. Karol mudava de carreira, mas não de objetivo. Sua intenção continuava sendo a mesma: “ganhar espíritos”, manter viva a identidade polonesa. Os invasores nazistas haviam proibido as Missas e fechado todos os seminários, uma afronta à religiosidade polonesa. Portanto, estudar para ser padre era um ato subversivo.
Com o fim da guerra, os soviéticos expulsaram os nazistas, mas a vida dos padres continuou difícil. Afinal, os comunistas rejeitavam a religião. Karol manteve a mesma postura, de resistência firme e tranquila. Sua forma de combater o comunismo era ensinar os valores católicos, ajudar as pessoas a levar uma vida guiada por Cristo.