Novas tecnologias, linguagens e ambientes de atuação para a catequese são os elementos que conduzem as reflexões até este sábado, 20
CNBB
Coordenadores regionais e bispos referenciais da Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) estão reunidos na sede das Pontifícias Obras Missionárias (POM), em Brasília (DF), para o encontro sobre a formação de formadores.
Novas tecnologias, linguagens e ambientes de atuação para a catequese são os elementos que conduzem as reflexões até este sábado, 20. Na sequência, haverá a reunião do Grupo de Reflexão Bíblico-Catequética (Grebicat).
“Todo ano o Grebicat, por duas vezes, se encontra para avaliar os grandes temas que se impõem, que desafiam toda a ação evangelizadora no âmbito da catequese. Catequese é educação. Em educação nunca se terá dito tudo, as escolas a toda hora têm seus grupos de reflexão, suas reuniões, proposições, metodologias, também revisões. E em um país com as dimensões como o nosso, com tantas variantes socioculturais, a transmissão da fé é sempre uma pergunta que soa e ressoa, e a catequese participa dessa missão e dessa responsabilidade”, explica o arcebispo de Curitiba (PR) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, Dom José Antônio Peruzzo.
Temática
A temática apresentada neste encontro, após o debate sobre o contexto da formação e a partilha da realidade dos regionais da CNBB em relação à catequese, remete à chamada cibercatequese, que envolve a evangelização na era digital. Foram apresentados aos bispos e coordenadores regionais conceitos a respeito de ciberteologia, geração Net e cibergraça.
“Nós, padres, bispos, catequistas fazemos parte daqueles que, há cinco gerações, convivem numa mesma realidade cibernética. Aos que migraram para o mundo cibernético e aos nativos, como fazer da catequese, da mensagem de Jesus Cristo algo atraente?”, questiona Dom Peruzzo.
Ambiente Digital
Ele lembra no ambiente digital, as pessoas são bombardeadas de mensagens que querem se apresentar atrativas. Ele explica que o Documento de Aparecida diz que hoje se evangeliza mais por atração que por organização, “mas os caminhos requerem novos paradigmas”.
“Qualquer mudança de paradigma exige também uma revisão. Não muda a mensagem, mas o formato de apresenta-la, isso sim é preciso sensibilidade para o novo e profundidade para conservar o que é originário. Talvez na história a missão evangelizadora da catequese tenha sido tão desafiada, tenha se tornada tão complexa por um lado e por outro, se bem aproveitada, também tão potente e com uma grandíssima potência comunicativa, mas aí é preciso que os evangelizadores tenham um olhar para as experiências que trouxeram, para a herança que receberam e o outro olho para o futuro porque este chega”, diz o presidente da Comissão.
Catequese
Além dos ambientes ditos digitais e localidades em que essa é uma realidade para a maioria da população, a catequese também está presente em outros contextos, os quais não podem ser desconsiderados. Dom Antônio Peruzzo ressalta as dificuldades em chegar a famílias e a crianças segundo os caminhos tradicionais ou antigos.
Ele cita as regiões distantes, regiões com carências de toda ordem, onde há casos em que falta o local para os encontros, a estrutura da catequese, a moradia para as famílias e até o alimento para os catequizandos. “Não vamos falar de cibercatequese”, exclama.
“E um país como o nosso com tantas variantes e desafios. Temos que ter a atenção voltada nas duas direções: àqueles a quem falta o básico e àqueles que toda a comunicação é feita por via cibernética e, inclusive, a evangelização. E eis-nos aqui pobres para atender a todos e com a missão de evangelizar em todos esses ambientes”, afirma.
Projetos
Durante a reunião também serão abordados projetos que a Comissão para a Animação Bíblico-Catequética deve realizar, como um curso à distância para formadores e uma plataforma comum na internet sobre catequese. Também foi promovida uma reunião do projeto Lectionautas, que atua com a leitura orante da Bíblia.