Musicoterapia em Braille é uma disciplina diferente e muito especial que foi incluída no Curso Internacional de Verão da Escola de Música de Brasília (EMB). Destinada a auxiliar os músicos com deficiência visual a nova técnica capacita professores e alunos a escreverem partituras em relevo, que podem ser lidas pelo tato. Em mais uma edição neste ano, a 29ª, especialistas dão aulas para alunos do Brasil inteiro.
É o caso da professora Isabel Bertevelli, que trabalha há 16 anos com educação musical para cegos. "Os alunos aprendem a lidar com as pessoas que têm esse tipo de deficiência e saem daqui preparados psicologicamente e didaticamente. Ensinamos a teoria e também exercícios práticos, como a identificação de notas", explicou. A disciplina está presente no Curso de Verão há 22 anos e prepara profissionais para atuar em todo o país.
A habilitação dos professores nessa área visa a aumentar a demanda e diminuir o número de rejeição de estudantes com deficiência visual nas faculdades, já que haverá educadores habilitados para atendê-los. Para o maestro e diretor da EMB, Carlos Galvão, os alunos cegos têm a mesma dificuldade das pessoas que enxergam, mas não a mesma oportunidade. "A única deficiência que constatamos é a musical.
Aquela que faz com que todos os alunos nos procurem. Ser míope, ter alguma deficiência visual, ou até mesmo ser cego, não é o diferencial. O que faz a diferença é a empatia, a sintonia fina que o candidato tem com a música". As aulas, que vão até 3 de fevereiro, são oferecidas para qualquer pessoa interessada na área.
Basta saber música e ter vontade de aprender. Elas seguem a Norma Internacional de Musicografia. Além de escrever e ler, os alunos aprendem a formatar, revisar e editar as partituras, por meio de programas de computadores, máquinas Braille, equipamentos como a reglete e o punção, além de aulas práticas.