O Encontro da Repam, Rede Eclesial Pan-amazônica, acontece na capital colombiana; Dom Mário Antônio da Silva comenta o evento
Da redação. com Rádio Vaticano
Prossegue na capital colombiana, com a participação de cerca de 80 pessoas, o Encontro da Repam, a Rede Eclesial Pan-amazônica. Painéis, apresentações de vídeos, testemunhos de povos autóctones e orações indígenas se intermeiam nesta primeira Assembleia Plenária da Rede, criada em setembro de 2014.
Natural de Jacarezinho (PR), Dom Mário Antônio da Silva é bispo auxiliar de Manaus desde 2010. Presidente do Regional Norte 1 da CNBB, que compreende Amazonas e Roraima, o bispo está participando do Encontro. Para ele, a Repam ilumina as trevas e soma as forças na Amazônia.
“É um privilégio poder estar aqui representando o nosso Regional Norte 1 e ao mesmo tempo é um compromisso com a vida do planeta, com a vida da nossa Pan-amazônia, incluindo de maneira especial os povos e comunidades que vivem nessa grande Amazônia. Vêm conosco a este encontro muitas expectativas de bem, felicidade, paz, de justiça e de vida plena para o nosso povo. À luz de tanta alegria e tantas belezas da natureza da região amazônica, mas também à luz de tantas dificuldades – há mais trevas do que luz! – que enfrentam o nosso povo, principalmente neste momento dos grandes projetos com o cunho do desenvolvimento, mas que às vezes mais parecem progresso para as grandes empresas, para os grandes negócios, do que benefícios para a vida do nosso povo, sobretudo das comunidades indígenas que vivem na floresta e das comunidades ribeirinhas. É claro que isso também implica dificuldades para o povo que vive nas pequenas e grandes cidades da região amazônica”.
“A Repam vem ser para nós um impulso, um entusiasmo, este instrumento, uma ferramenta como Igreja na Amazônia. A grande questão que estamos aqui refletindo é como ser Igreja na Amazônia no contexto de hoje, enfrentando a realidade, encarando de frente a situação da vida de nossa gente, bem como a necessidade, à luz da encíclica Laudato si, de cuidar da casa comum, de cuidar da natureza, de cuidar do planeta. A Repam está sendo para nós este momento de abrir os olhos, com a participação de toda a Igreja católica e de outras forças, inclusive não religiosas, para nos apoiar nesta luta comum, que é o ideal do cristão. Tal como Jesus, para que todos tenham vida e vida em plenitude. Que realmente fiquemos inquietos, para que todos possam ter uma vida plena, de acordo com a sua dignidade. O grande apelo, falando em Amazônia e Repam, é que realmente haja o desenvolvimento integral”.
“A Repam não é contra o progresso, desde que seja sustentável e que possa colaborar para o desenvolvimento integral das pessoas. Não basta as empresas, as grandes industrias ou os grandes negociantes terem seus lucros se não contemplarem as necessidades da população que habita a região. É um momento de reflexão, um momento de somar forças e ao mesmo tempo de elaborar estratégias de ação para que no concreto possamos agir e fazer o bem para aqueles que vivem conosco”.