O Papa Francisco pede as Cooperativas Italianas que vivam como cristãos, mantendo a fé e sendo solidários
Da redação, com Rádio Vaticano
Neste sábado, 28, o Papa Francisco recebeu no Vaticano, o Cardeal-arcebispo de Nápoles, Dom Crescenzio Sepe, em vista da Visita pastoral de um dia que o Pontífice fará à cidade no dia 21 de março.
A seguir, o Santo Padre acolheu na Sala Paulo VI, cerca de sete mil membros da Confederação Cooperativas Italianas, acompanhado do Presidente, Maurizio Gardini.
No seu discurso, o Santo Padre expressou sua satisfação e admiração aos membros das Cooperativas Italianas, que representam “a memória viva de um grande tesouro da Igreja na Itália”. À origem da atividade destas cooperativas estão os sacerdotes e os párocos, que, sabiamente, as fundaram e promoveram ao longo destes anos.
O Papa afirmou que “ainda hoje” em diversas dioceses italianas, se recorre à cooperação como remédio eficaz para o problema do desemprego e das diversas formas de dificuldade social. Neste sentido, o Pontífice recordou que a Igreja sempre reconheceu, apreciou e encorajou a experiência de cooperação.
Francisco citou diversos documentos da Doutrina Social da Igreja, dirigidos aos cooperadores, que ainda são válidos e atuais em nossos dias.
Depois, o Santo Padre pediu para os presentes não olhar somente para o passado, mas sobretudo para o futuro, às novas perspectivas, às novas responsabilidades e às novas formas de iniciativas pelas Empresas.
O Papa disse que as cooperativas se trata de uma verdadeira missão que requer fantasia criativa para encontrar meios, métodos, comportamentos e instrumentos, para combater a “cultura do desperdício, cultivada pelos poderes que dirigem as políticas econômico-financeiras do mundo globalizado”.
“Globalizar a solidariedade, hoje, significa preocupar-se pelo aumento vertiginoso do desemprego, das lágrimas dos pobres, da necessidade de retomar um desenvolvimento que vise o verdadeiro progresso integral das pessoas sem rendas; preocupar-se com os aspectos da saúde, da solidariedade e da dignidade da pessoa humana. Enfim, globalizar a solidariedade!”, disse o Pontífice.
Conselhos do Papa para as cooperativas
A seguir, o Santo Padre passou a dar alguns conselhos concretos aos membros das Cooperativas Italianas: primeiro, “ser motor, que alivia e incentiva as camadas mais fracas das comunidades locais e da sociedade civil”, se referindo particularmente aos jovens, mulheres e adultos desempregados.
Segundo: “ser protagonistas para encontrar novas soluções”, sobretudo no campo da saúde, que envolve as camadas mais pobres das periferias, sem esquecer que ao centro de tudo deve estar a pessoa. A “caridade não é um simples gesto para tranquilizar o coração, mas um dom”, disse.
Terceiro: “economia e a sua relação com a justiça social, com a dignidade e o valor das pessoas”. O Papa afirma que com uma nova economia se cria a capacidade de desenvolver as potencialidades das pessoas. Uma empresa deve crescer e lucrar, mas deve envolver todos, de modo cooperativo.
Quarto: “sustentar, facilitar e encorajar a vida das famílias”. O Pontífice destaca a importância de conciliar o trabalho com a família, especialmente no que se refere às mães e seus filhos. “Assim se poderá administrar os bens comuns.”
Quinto: “investir, saber investir: colocar juntos os meios bons para realizar obras boas”. Aumentar a colaboração entre as cooperativas bancárias e as empresas, sabendo administrar os recursos, para que as famílias vivam com mais serenidade e dignidade. O Santo Padre afirma que os homens devem administrar com honestidade, o capital econômico e não vice-versa.
Sexto e último conselho: “as Cooperativas devem colaborar com as paróquias e as dioceses”, onde há antigas e novas periferias existenciais, onde há pessoas marginalizadas, excluídas, desrespeitadas.
Ao finalizar, o Papa Francisco pede que as cooperativas lutem honradamente contra as manipulações do mercado. “Vivam como cristãos, mantenham a sua fé e identidade próprias. Sejam solidários!”, conclui.