Padre Mário Marcelo Coelho diz que celebrar o Sagrado Coração é celebrar o amor de Deus pela humanidade
Luciane Marins e Padre Roger Araújo
No Canção Nova em Foco, desta sexta-feira, 27, dia em que a Igreja celebra a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, o jornalista padre Roger Araújo conversa com o padre dehoniano Mário Marcelo Coelho sobre essa devoção, uma das expressões religiosas populares mais conhecidas.
Padre Mário Marcelo explica que celebrar essa solenidade é celebrar o amor de Deus por toda pessoa. “O Deus que tem o coração aberto para nos acolher, perdoar, que nos ama sem medida, é um Deus que se doa”.
A devoção surgiu num momento de guerras, sobretudo na Europa, um tempo de crise, consumismo e individualismo, conta o padre. Na época, muitas congregações nasceram com o carisma voltado a essa devoção, como é o caso da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, os dehonianos, fundada pelo padre Léon Dehon.
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“Uma fé que tem seu lado racional, de inteligência, conhecimento, mas que também se expressa no amor, porque Deus é amor, o próprio São João, na sua carta, fala que Deus é amor. Então, tudo isso quer expressar esse carinho, esse amor do Senhor pela humanidade.”
Padre Mário Marcelo explica que essas Congregações Religiosas e os movimentos leigos, que se voltam para o coração de Jesus, querem tanto experimentar o amor de Deus como expressá-lo a todos os homens.
“O nosso desafio, hoje, como Congregação, voltado para o coração de Jesus, é olhar para a sociedade por meio do olhar do coração de Jesus, desse amor ágape, que é o amor oblativo, o amor doação. Procuramos isso, por exemplo, no atendimento das confissões, que é uma forma concreta dessa expressão do amor de Deus, através das nossas obras sociais e dos atendimentos. São formas com as quais tentamos expressar esse amor de Deus na sociedade hoje.”
O versículo 7 do Salmo 113 – “Ele levanta do pó o indigente e tira o pobre da miséria” – era muito citado pelo fundador dos dehonianos. Padre Mário explica que, quem faz a experiência de sentir-se amado por Deus, torna-se capaz de fazer a experiência desse versículo. “É um Deus que levanta cada ser humano da sua indigência, da sua pobreza. É um Deus que nos levanta, nos ergue, nos coloca de pé e nos tira dessa miséria.”
E a pobreza a que se refere o padre não é somente a material, mas também a da alma. Para ele, a sociedade deve fazer a experiência do amor de Deus. “Àquelas pessoas que passam por qualquer dificuldade, o coração de Jesus está aberto para elas. Entre nesse coração e descanse ali.”
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