Porta-voz do Vaticano destacou poder comunicativo de João Paulo II, Bento XVI e Francisco
Da Redação, com Rádio Vaticano
A relação entre os últimos três Papas e a comunicação. Este foi o fio condutor da conferência do diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, na tarde desta segunda-feira, 27, em Toledo, na Espanha. Lá, ele recebeu uma homenagem especial pelos serviços prestados à “Rádio Santa Maria Toledo” e ao “Canal Diocesano de TV.”
O discurso de padre Lombardi abordou o poder comunicativo dos gestos de João Paulo II, a clareza de síntese, o pensamento de Bento XVI e o carisma comunicativo de Francisco. A mensagem deste último chega ao coração das pessoas e, justamente por isso, é também acompanhado com atenção pela mídia em um “círculo virtuoso”, uma “espécie de aliança” entre o serviço dela e o anúncio do Papa.
O porta-voz do Vaticano ressaltou o fato de, embora comunicando quase exclusivamente em italiano e espanhol, o Papa atual, “fonte de um rio inesgotável de imagens”, conseguiu veicular mensagens importantes ao mundo inteiro. Isso aconteceu espontaneamente, sem o estudo sistemático de uma nova estratégia de comunicação.
Para padre Lombardi, Bergoglio, o Papa “chamado quase do fim do mundo”, está na mesma linha de imediatidade dos gestos e do envolvimento das multidões feitos por Karol Wojtyla, o Papa “chamado de um país distante”, que, corajosamente, definiu “bendita” a televisão, compreendendo a importância da colaboração da mídia para a sua missão.
Bento XVI
“Um grande mestre de comunicação em formas e direções, talvez nem sempre fáceis de propor, por meio da mídia, mas nem por isso menos importantes”, assim padre Lombardi definiu Joseph Ratzinger, hoje Papa Emérito Bento XVI.
Padre Lombardi recordou pensamento de Ratzinger, sempre límpido, ordenado, coerente, sintético, sem incertezas e confusões, mesmo quando respondia a perguntas improvisadas. Segundo o porta-voz, Bento XVI alcançou “vértices sublimes” nas homilias, forma mais importante da comunicação na vida da comunidade eclesial.
O Pontificado do Papa alemão teve com a mídia momentos “bonitos” e outros mais “difíceis”. Padre Lombardi mencionou, em particular, a humildade e a paixão evangélica com que Ratzinger respondeu às críticas que se seguiram à remissão da excomunhão aos bispos lefebvrianos, e a postura pastoral e dinâmica – em plena sintonia com a de hoje do Papa Francisco – tida por Bento XVI ao abordar, no livro-entrevista “Luz do Mundo”, a discussão sobre a avaliação moral do uso do preservativo.